domingo, 31 de agosto de 2014

Componente do veneno da vespa mostrou-se eficaz contra perda de neurônios por Parkinson

A doença de Parkinson atinge o sistema nervoso central, provocando tremores, dificuldade para caminhar, se movimentar e se coordenar. A principal causa dessa doença é a morte de neurônios, em especial, na área do cérebro conhecida como substância negra, responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor cuja ausência resulta na perda progressiva do controle motor. 


Atualmente, o principal tratamento para o Mal de Parkinson baseia-se na reposição de dopamina. Essa técnica ameniza os sintomas, entretanto, não impede a degeneração dos neurônios produtores de dopamina. Diante da falta de alternativa de tratamentos que definitivamente impediriam a evolução da doença, Márcia Renata Mortari, pesquisadora e professora da UnB, começou a testar o veneno de vespa em ratos com lesão cerebral.
Durante os testes realizados em ratos, um dos peptídeos presentes no veneno que foi injetado apresentou bons resultados. Após receberem um tratamento de quatro dias, com doses diárias desse peptídeo, houve melhorias nos testes comportamentais de equilíbrio e coordenação motora, nos quais não expressaram mais os principais sintomas do Parkinson.
No final do experimento, foi feita uma contagem de neurônios produtores de dopamina. Notou-se que o peptídeo tem uma ação neuroprotetora, visto que preservou uma quantidade de células nervosas dos ratos que receberam as doses diárias. De acordo com a pesquisadora, o peptídeo impediu que mais neurônios morressem, mas não reverteu a condição dos que já estavam degenerados. A meta do teste é que o composto seja capaz de impedir a progressão da doença. Estes foram apenas resultados iniciais, e testes como esse em humanos ainda devem levar muitos anos de pesquisa até que sejam feitos.

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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Bateria recarregável por suor humano!

A produção de energia renovável é um desafio mundial, e preocupa estudiosos do mundo inteiro, uma vez que a nossa principal fonte é o petróleo, esgotável e poluidor. Formas mais limpas e renováveis de se produzir energia estão em constante desenvolvimento, e é em cima disso que um laboratório nos Estados Unidos tem trabalhado.

A cientista Wenzhao Jia, da Universidade da Califórnia, em San Diego, descobriu um jeito um tanto quanto particular para se produzir energia "renovável". Através de uma substância que nosso corpo produz durante o exercício físico intenso, o lactato - muito semelhante ao ácido láctico -, uma biobateria acoplada à um adesivo na pele é eletricamente carregada.

É uma verdadeira inovação, pois apesar de algumas formas de o corpo humano carregar energia já
Adesivo contendo a biobateria.
existirem, esse método é o único a utilizar o suor. O que acontece no processo, é que uma enzima retira elétrons do lactato presente no suor e então gera uma pequena corrente elétrica. Voluntários conseguiram gerar cerca de  70 microwatts de energia durante 30 minutos na bicicleta ergométrica, o que já é o suficiente para carregar um relógio digital, que consome cerca de 10 microwatts.

De acordo com a pesquisadora, eles já fecharam uma parceria com uma startup de tecnologia, visando aumentar a produção de energia através dessa técnica, para que então seja introduzida no mercado. Com um futuro bem promissor, cientistas americanos dizem que a técnica poderá ser usada para carregar até mesmo smartphones!

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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Cientistas descobrem que um único gene pode realizar funções diferentes em uma planta

          Um estudo publicado na revista 'The Plant Cell', apontou que o gene ZIFL1 desempenha diferentes funções em uma planta. Uma equipe de cientistas, liderados por Paula Duque do Instituto de Gulbenkian de Ciência (Portugal), fizeram testes em plantas Arabidopsis thaliana e notaram que o gene produzia proteínas que agiam de maneiras diferentes, dependendo do local em que estava na planta. Os estudos constaram essas diferenças nas folhas e raízes.

            Nas raízes, o gene ZIFL1 produzia uma proteína de cadeia longa de aminoácidos, cuja função era de transportar o hormônio auxina, responsável pelo crescimento e diferenciação das plantas. Já nas folhas, o gene produzia uma proteína de cadeia curta, cuja região de funcionamento era nas folhas. A função que desempenhavam era de resistência a seca, evitando que o órgão perca água significativamente.

         Também, foram realizadas experiencias com as mesmas plantas na ausência do gene ZIFL1. Os resultados puderam comprovar que o gene era o responsável pela síntese dos dois tipos de proteínas, já que na ausência do gene as proteínas não eram produzidas pela planta. Além disso, notou-se que a ausência do gene prejudicou o crescimento da planta, ocorrendo de forma irregular. Nas folhas, a falta da proteína gerou ressecamento do órgão, percebendo que os estômatos permaneciam abertos independentes das condições ambientais. Desta maneira, foi comprovado que o ZIFL1 tem ação direta no fechamento dos estômatos das plantas.

       Essa característica de um gene poder realizar diferentes funções em locais distintos do corpo é conhecido como splicing. É uma técnica bastante estudada para o reconhecimento de um gene específico, podendo quantificar o número de proteínas que ele sintetiza, as regiões do corpo que elas atuam e suas funções. Acreditam-se que 90% dos 20 a 25 mil genes, que codificam proteínas do corpo humano, sofrem splicing. Sendo assim, os cientistas acreditam que possam existir 500 mil ou mais proteínas diferentes em humanos.


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Proteína que inibe vírus da aids é descoberto em estudo da Austrália

Uma pesquisa realizada no Instituto de Pesquisa Médica de Queensland, na Austrália, pelo cientista David Harrich revelou um medicamento que, ao contrário de muitas pesquisas que buscam a criação de um remédio capaz de eliminar o vírus da AIDS, mantém o vírus latente, entretanto torna-o incapaz de se reproduzir.

A modificação de uma proteína usado pelo HIV em sua reprodução foi usada para gerar um efeito contrário, incapacitando o crescimento do vírus. Nullbasic, como Harrich batizou, é o nome da proteína que tem a habilidade de contenção do crescimento do HIV em laboratório e essa nova descoberta pode ser animadoras para conter a aids e no tratamento de pessoas que contraíram o vírus.

Contudo, é importante ressaltar que essa descoberta não se refere a cura da doença, tampouco a eliminação total do vírus do organismo infectado.

"O vírus poderia infectar uma célula, mas não se disseminaria", disse Harrich. "O indivíduo ainda estaria infectado com HIV — não se trata de uma cura para o vírus —, mas o vírus permaneceria latente, não despertaria, portanto o paciente não desenvolveria a aids", acrescentou. "Com um tratamento como este, seria possível manter saudável o sistema imunológico", adicionou.

Um paciente infectado desencadeia a aids quando uma determinada contagem de células defesa do tipo CD4 cai demasiadamente ou desenvelve doenças que caracterizem a aids.  
      
Segundo a ONU, a maioria das pessoas com o vírus no organismo podem não desenvolver a doença por 15 anos ou mais e o uso de medicamentos antirretrovirais é capaz de prolongar a vida dos pacientes. A terapia genética Nullbasic é capaz de causar uma interrupção da escalada do HIV para aids, interrompendo o processo de letalidade da doença.

Segundo Harrich, o tratamento pode significar uma melhoria na qualidade de vida e menores custo para pessoas e os governos, já que o potencial dessa proteína é tão eficaz para combater o HIV que representaria o fim de custosas terapias e uso de diversos medicamentos.

Testes da proteínas já vem sido realizados em animais desde 2013, entretanto deve levar mais algum tempo para se obter um tratamento a partir delas.

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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Cientistas fazem crescer orgãos inteiros dentro de animais!

Os pesquisadores tiveram grande sucesso em desenvolvimento de órgãos inteiros em ambientes de laboratórios controlados. No entanto, cientistas da Universidade de Edimburgo conseguiram essa incrível façanha pela primeira vez.
Eles conseguiram desenvolver um timo (órgão localizado na cavidade torácica) dentro de ratos de laboratório por reprogramação de genes em células regenerativas do tecido. A equipe não usou nenhum truque para provocar o crescimento; eles simplesmente injetaram as células e esperaram. Os órgãos tomaram tamanho real e eram eficientes na produção de células T de combate a vírus.

Confira a matéria completa clicando aqui!

domingo, 24 de agosto de 2014

Anticorpos Para Pragas

A ferrugem asiática da soja é uma doença que ataca as folhas das plantas e causa o definhamento dos grãos e por consequência acarreta na queda da produtividade. É causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, e segunda a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os prejuízos causados por essa doença foram de aproximadamente 25 bilhões de dólares no período de 2003 à 2013. Seu controle é difícil e necessita de constantes aplicações de fungicidas, no estágio inicial da doença o fungo só pode ser detectado por análises visuais através de lupas "O problema é que, como ele só é detectado depois que a plantação está infestada, nunca se sabe exatamente quando se deve aplicar o fungicida”, explica o biólogo Luís Antônio Peroni, sócio-diretor da Rheabiotech. “Por conta dessa incerteza são feitas várias aplicações, o que aumenta os custos.”

Uma pequena empresa de biotecnologia de Campinas, Rheabiotech, está desenvolvendo dois projetos para ajudar no controle da  doença. Estão sendo produzidos "kits" contendo anticorpos para diagnosticar a ferrugem asiática da soja antes que a infecção ocorra, o que poderá diminuir os gastos com fungicidas e consequentemente a queda do preço da soja no mercado.

A produção dos anticorpos começa com a inoculação do antígeno, no caso são os micélios dos fungos (talo, constituídos por filamentos) em coelhos, a inoculação ocorre quatro vezes em intervalos de 15 dias entre uma dose e outra. Assim o organismo do coelho produz os anticorpos necessários para combater o antígeno. “O sangue do coelho, com esses anticorpos, é retirado e dele extraído o soro imune”, explica a bioquímica argentina radicada no Brasil Fernanda Alvarez Rojas, sócia-diretora da Rheabiotech. “Depois, os anticorpos do soro são purificados.”

Para a detecção dos fungos nas plantas é utilizado o método Elisa, que é uma técnica para avaliações imunológicas capaz de detectar um antígeno ou anticorpo em uma amostra, através da interação entre eles, se a amostra apresentar algum deles, um sinal visível é produzido (como por exemplo a mudança de cor), e detectado por um espectrofotômetro.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Curiosidades: Engenharia do crescimento ósseo

Segundo Anne Trafton do Escritório de Notícias do MIT (Massachusetts Institute of Technology) no dia 18 de Agosto de 2014, andaimes de tecidos revestidos podem ajudar no crescimento ósseo para reparar lesões ou defeitos congênitos. Elaborado por uma equipe de engenheiros químicos que conseguiram desenvolver um novo andaime de tecido revestido que poderá ser implantável com fatores de quando aplicado a lesões ósseas ou defeitos, este andaime revestido induz o organismo a formar rapidamente um novo osso que parece e se comporta exatamente como o tecido original.
Esse andaime revestido poderia oferecer uma melhoria dramática em relação ao tratamento em vigor de lesões ósseas que envolvem um transplante de osso a partir de uma outra parte do corpo do paciente(sendo esse um processo doloroso e não muito eficiente). Segundo Nisarg Shah, autor principal do artigo da pesquisa "Tem sido um problema médico realmente desafiador, e nós temos tentado fornecer uma maneira de resolver esse problema". Como ocorre o crescimento ósseo Dois dos fatores de crescimento ósseo mais importantes são o fator de crescimento derivado de plaquetas(PDGF) e  proteína morfogenética óssea 2(BMP-2). Como parte da cascata de cicatrização natural PDGF é um dos primeiros factores libertados imediatamente após uma lesão do osso, tais como fracturas. Depois de PDGF parece, outros fatores, incluindo BMP-2, ajudam a criar o ambiente certo para a regeneração óssea, recrutando células que podem produzir ossos e formação de uma estrutura de apoio, incluindo vasos sanguíneos. Os esforços para tratar a lesão óssea com estes factores de crescimento têm sido dificultado pela incapacidade para libertá-los de forma eficaz e controlada. 
Quando grandes quantidades de factores de crescimento são entregues muito rapidamente e são rapidamente eliminadas do local de tratamento de modo que eles possam ter um menor impacto na reparação de tecidos, e também podendo induzir efeitos colaterais indesejados. Esse processo leva tempo, portanto o ideal seria os fatores de crescimento seria liberado lentamente ao longo de vários dias ou semanas. Para conseguir isso, a equipe do MIT criou uma folha de andaime muito fina, porosa revestido com camadas de PDGF e BMP. Usando uma técnica chamada camada-por-camada do conjunto, que em primeiro lugar a folha revestida com cerca de 40 camadas de BMP-2; em cima do que são mais 40 camadas de PDGF. Isto permitiu que o PDGF a ser libertada de forma mais rápida, junto com uma libertação mais sustentada de BMP-2, que imita os aspectos da cura natural. Segundo Nicholas Kotov, professos de engeharia química da Universidade de Mighigan,"Esta é uma grande vantagem para a engenharia de tecidos para ossos, por causa da liberação de proteínas de sinalização tem que ser lento e tem que ser agendada". A folha de andaime tem cerca de 0,1 milímetros de espessura; uma vez que os revestimentos do fator de crescimento são aplicados, os andaimes podem ser cortados a partir da folha por encomenda, e no tamanho adequado para implantação num ferimento ou defeito ósseo. 
Reparação Eficaz
Os pesquisadores testaram o andaime em ratos com um defeito crânio grande o suficiente ( cerca de 8 milímetros de diâmetro) que não podia curar-se. Após o andaime ter sido implantado, os fatores de crescimento foram liberados em taxas diferentes. O PDGF, libertado durante os primeiros dias após implantação ajudou a dar início à cascata de cicatrização de feridas e na mobilização de células percursoras diferentes para o local da ferida. Estas células são responsáveis ​​pela formação de novos tecidos, incluindo vasos sanguíneos, estruturas vasculares de apoio, e osso. Além disso o BMP, libertado mais lentamente, em seguida, em algumas destas células imaturas para tornar os osteoblastos, responsável pela produção do osso. Quando ambos os fatores de crescimento foram utilizados em conjunto, essas células geraram uma camada de osso, assim que completaram duas semanas após a cirurgia, tornou-se indistinguível de um osso natural em sua aparência e as propriedades mecânicas, dizem os pesquisadores.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Gene que retarda o Mal de Alzheimer

Mal de Alzheimer é uma doença decorrente da morte celular cerebral que não possui cura, mas suas consequências podem ser amenizadas com medicamentos. Essa doença normalmente atinge idosos e pode causar distúrbios de comportamento, demência, perda de memória recente, comprometimento da capacidade de comunicação, compreensão, atenção e orientação.

Estudos do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade de McGill (Montreal, Canadá) em busca da cura dessa doença conseguiram identificar um gene, por meio de técnicas de sequenciamento genético, que pode retardar em pelo menos quatro anos o desenvolvimento do Alzheimer e reduzir as chances de tê-la.


Foi comprovado que pessoas que possuem uma variante no gene chamado “HMG CoA redutase” diminuem a chance de ter doença em 50% para as mulheres e 30% para os homens. Os cientistas acreditam que inibidores químicos do funcionamento deste gene agiria do mesmo modo que a variação natural, podendo ser um grande aliado no tratamento do Alzheimer.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Descomplicando o Vestibular: 1ª Lei de Mendel

Voltando às postagens sobre matérias de vestibular, vamos discutir sobre uma lei  bastante importante na biologia: a 1ª Lei de Mendel, ou Lei da Segregação dos Fatores.

Introdução

Esta lei foi comprovada pelo monge austríaco Gregor Mendel no século XIX. Esta lei define que cada característica é denominada por um par de fatores genéticos, conhecidos como alelos, que são separados na formação de gametas e então transmitidos para os descendentes.

Mendel conduzia seus experimentos utilizando ervilhas Pisum sativum - plantas de fácil cultivo, vida curta e com flores que se autofecundam - que possuem características distintas, como flores brancas ou roxas, sementes lisas ou rugosas, verdes ou amarelas, entre outras. Ele utilizou somente ervilhas denominada puras, resultantes do cruzamento do gameta masculino com o gameta feminino de uma mesma planta, para garantir que elas germinariam somente ervilhas de sua própria característica. 

Ele então cruzou ervilhas de semente verde com as de semente amarela, chamando estas de Geração Parental (P), e seus descendentes diretos - originados por autofecundação - de Geração F1, os quais possuíam somente sementes amarelas. Do cruzamento realizado entre as sementes da Geração F1 foram geradas sementes verdes e amarelas, sempre na proporção 3:1, ou 75% amarela e 25% verde.


Mendel concluiu que dois fatores exerciam essa diferenciação, os fatores recessivo (v) e o dominante (V), também conhecidos como genótipos. O genótipo dominante neste caso é o da cor amarela, enquanto o recessivo é o da cor verde. Por causa desta dominância do V, mesmo com a presença do v na Geração F1 (Vv) todas as sementes possuíam a coloração amarelada. Quando há somente genótipos iguais (VV ou vv), nós os chamamos de homozigotos, ao passo que quando há pelo menos um diferente nós os chamamos de heterozigotos (Vv). A partir do cruzamento entre sementes  heterozigotas da Geração F1 obtêm-se os três tipos de sementes: heterozigotas, homozigotas dominantes e homozigotas recessivas (caso das sementes verdes). 


Esse experimento explica também as diferenças existentes entre animais, inclusive os humanos, como cor dos cabelos e dos olhos. Do mesmo modo que as ervilhas possuem cores diferentes, os gametas masculino e feminino representam fatores variados, provenientes cada um do pai e da mãe do indivíduo na mesma proporção. 


Exercício

Se cruzarmos dois gatos com heterozigóticos obteremos:

a) Apenas gatos Aa;

b) Gatos AA e aa, na proporção 3:1, respectivamente;

c) Gatos AA e aa, na proporção 2:1, respectivamente;

d) AA, Aa e aa, na proporção 1:2:1, respectivamente.



Resposta: D


Se ambos os gatos possuem genes heterozigotos, então os dois possuem genes Aa, então:


Podemos concluir então que a seguinte geração será formada de gatos AA, Aa e aa na proporção 1:2:1, respectivamente.


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Proteína carregadora identificada em bactérias


Esta é a história de uma traiçoeira travessia de fronteira, uma carga valiosa e a caçada de um contrabandista evasivo, cuja identidade esteve envolta em mistério, e controvérsia, durante décadas.

A rigorosa fronteira é a membrana de difícil penetração que envolve bactérias e só permite a passagem de uma quantidade muito limitada de moléculas. Mas o contrabandista, uma proteína bacteriana, transporta matérias-primas críticas através dessa barreira para ajudar a construir a capa protetora do organismo, sua parede celular. Bloquear a proteína deveria enfraquecer essa parede, o que seria ruim para a bactéria, mas bom para pacientes com infecções bacterianas, porque isso poderia levar a novos antibióticos.

Para interditá-la, porém, cientistas precisam identificar a proteína contrabandista e, até recentemente, tinham sido frustrados em seus esforços para descobrir qual delas, entre tantas moléculas, é a vilã. Ela tem um nome genérico, flipase, mas isso é tudo.

Uma nova pesquisa, divulgada em 11 de julho na publicação científica Science, tenta arrancar a máscara da molécula evasiva e a apelida “MurJ”. O trabalho, liderado por cientistas da The Ohio State University, registra a primeira vez que microbiólogos flagraram a proteína vivendo em bactérias vivas. Sua descoberta, no entanto, desencadeou um acirrado debate, porque outros cientistas chegaram a evidências que apontam para outra proteína.
A membrana celular bacteriana serve como uma barreira flexível que mantém os conteúdos da célula no lugar. Além isso, a parede celular é uma malha rija que impede que membrana estoure devido à enorme pressão interna. A parede é como um envoltório de tela que fortalece e sustenta a membrana, explica Kevin Young, um microbiólogo da University of Arkansas for Medical Sciences. “É como se um balão estivesse encerrado em algum tipo de malha e tentassemos bombear ar nele. O balão não estouraria”, exemplifica. Young, que não participou da pesquisa, considerou os resultados importantes e escreveu sobre o debate de identidade ainda aquecido em um artigo de acompanhamento na mesma edição da Science.

A flipase é importante porque ela ajuda a construir essa parede a partir de uma molécula de açúcar chamada peptidoglicano, que é fabricada no interior da célula. Para chegarem à parede, os peptidoglicanos precisam atravessar a membrana interior, feita de moléculas chamadas lipídios, que os repelem.

Então a flipase contrabandeia peptidoglicanos para fora sem dar à membrana uma chance de repeli-los. Como? Imagine justapor suas mãos de modo que apenas as pontas de seus dedos se toquem, explica Natividad Ruiz, uma microbióloga da Ohio State University e integrante da equipe de pesquisa do novo estudo. Agora inverta a posição para que, em vez de se tocarem nas pontas dos dedos, suas mãos se conectem na base das palmas. Ao enfiar um objeto entre suas mãos e mudar a abertura, você poderia movê-lo da palma até a ponta dos dedos sem jamais expô-lo a nada, como uma membrana repulsiva, à sua esquerda ou sua direita.

A equipe de Ruiz constatou que as MurJ faziam algo muito parecido com isso em bactérias Escherichia coli. Os cientistas inibiram a proteína e descobriram que, quando estava alterada, peptidoglicanos não atravessam a membrana. Esse resultado, juntamente com um modelo computadorizado da estrutura da MurJ, sugere a Ruiz que ela é a flipase. “Se você olhar para todas as evidências anteriores... terá de concluir que a MurJ é a proteína por excelência que realiza essa função”, enfatiza ela.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Aerogel

O aerogel é um polímero recentemente sintetizado e já é considerado o maior isolante térmico do mundo, podendo ser utilizado desde a fabricação de tênis extremamente duradouros a trajes de astronautas.

Este polímero foi descoberto através de uma brincadeira entre dois cientistas, o engenheiro químico Steven Kistler apostou com um colega que conseguiria substituir a água de uma gelatina por um gás, sem diminuir o volume do mesmo, e a partir daí, começou-se a desenvolver o aerogel.
          
E essa brincadeira ficou conhecida como um dos materiais mais leves e menos densos do mundo, afinal, 99,8% deste material é composto de espaços que, aparentemente são completamente vazios, porém, estão repletos de ar ! 

O aerogel possui uma estrutura muito forte, aguentando até 4 mil vezes seu próprio peso, podendo absorver água e outros líquidos em velocidade e quantidade espantosas. Graças a sua composição o aerogel anula praticamente os três métodos de condução de calor: condução, convecção e radiação. Esta é uma das características mais importante do material, que chega a ser até 39 vezes mais isolante que a melhor fibra de vidro térmica existente nos dias de hoje.

domingo, 10 de agosto de 2014

Supercelulose

A celulose é o biopolímero que ajuda a dar sustentação aos vegetais, a produção das fibras de celulose ultrafortes foi feita por uma equipe da Suíça e da Alemanha. Mas você se arriscaria a dizer que é possível construir uma estrutura de celulose que seja mais forte do que outra estrutura de dimensões idênticas feita de aço? Pois isso não apenas é possível, como pode ser feito com uma técnica que usa apenas água e sal.

Para produzir a supercelulose, a equipe usou fibrilas de celulose comum, extraída de vegetais verdes, com dimensões na faixa dos nanômetros de nanocelulose e as prensou juntamente com água e sal através de um pequeno canal. Dois jatos de água adicionais, disparados na perpendicular do fluxo da celulose ajudaram a controlar o fluxo das fibrilas, fazendo com que todas se alinhassem mais ou menos paralelamente ao fluxo.

No final, basta deixar os filamentos secarem para ter uma fibra de celulose mais forte que o aço, com a vantagem de ser biocompatível e biodegradável. O grupo afirma que, apesar de até agora ter produzido apenas amostras de até 10 centímetros de comprimento, o processo poderá ser facilmente escalonado para fabricar fibras maiores.


O verdadeiro desafio é fazer materiais de base biológica com extrema rigidez, que possam ser utilizados em lâminas de turbinas de vento, por exemplo. Outro plano inclui testar o mesmo processo para reciclagem, usando celulose extraída de materiais descartados, como papel.

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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Diário de um Engenheiro: Inventor desenvolve folha sintética capaz de produzir Oxigênio

Cada vez mais vemos o quanto a qualidade do ar está em risco. Em cidades grandes como São Paulo, Nova Délhi (capital da India) e Pequim, existe uma alta taxa de poluentes no ar, comprometendo assim a saúde de seus habitantes.

Um novo método para o combate a poluição é a folha sintética (ainda em fase de testes) feita por Julian Melchiorr , um graduado da Royal College of Art, de Londres. A folha é criada a partir de proteínas extraídas da seda e cloroplastos, organela responsável pela realização da fotossíntese, dessa forma, ao equipar a folha sintética com agua e luz, a mesma supostamente age como uma folha real e produz oxigênio.

Mais do que filtrar e fornecer um ar puro, a folha sintética tem também como finalidade servir para o fornecimento de oxigênio em longas viagens para o espaço, “A NASA está pesquisando diferentes formas de produzir oxigênio para viagens espaciais de longa distância, este material pode permitir-nos explorar o espaço muito mais longe agora”  diz Julian.

Por mais que a folha seja um protótipo, já é um grande passo para a ciência criar um produto que forneça oxigênio, tendo em vista que esse foi um dos grandes objetivos de vários cientistas para frear a poluição do ar, será mesmo que finalmente conseguimos um meio de deixarmos nosso ar mais puro?
 Leia mais (link em inglês)

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Gene ancestral do milho com resistência contra lagartas

Cientistas suíços da Universidade de Neuchâtel estão pesquisando o genoma de um milho ancestral para encontrar e recuperar características que conferiam resistência contra pragas. O intuito da pesquisa é reintroduzir esses genes no milho moderno para repor a defesa original do vegetal contra insetos e patógenos. 

O milho moderno perdeu a capacidade de produzir um composto químico chamado E-β-cariofileno, liberado naturalmente por ancestrais da planta quando as raízes estavam sob ataques de lagartas. Essa substância atrai nematoides amigáveis que matam as lavas da lagarta-da-raiz-do-milho (Diabrotica virgifera). 

Os pesquisadores confirmam que uma espécie de milho transgênica, a qual continha um gene do orégano, produziu o composto químico constantemente, atraindo os nematoides e consequentemente, sofreu menos com o ataque das lagartas-da-raiz. 

“As ferramentas de defesa podem ser diretas, como a produção de toxinas, ou indiretas, a exemplo da produção de substâncias que atraem inimigos naturais dos herbívoros. Estamos estudando o teosinto, um ancestral do milho, para encontrar outras formas de proteção, que podem ter sido perdidas com a domesticação, com o objetivo de restaurá-las no vegetal moderno” completou o pesquisador suíço, Dr. Ted Turlings. 

domingo, 3 de agosto de 2014

Diversidade genética de frutas cítricas é desvendada

Quem está acostumado a consumir laranjas, tangerinas e limões à venda nos supermercados pode ter uma surpresa prazerosa no Centro de Citricultura Sylvio Moreira em Cordeirópolis, no interior paulista. Entre pequenas árvores mantidas em estufas e um enorme pomar com plantas adultas, ali está uma coleção com mais de 1.700 tipos de frutas cítricas. Entre elas, quase 700 variedades de laranjas doces – aquelas adequadas para consumo em sucos ou in natura – e quase 300 de tangerinas. A degustação de frutos de árvores diferentes nesse centro de pesquisa ligado ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC), da Secretaria de Agricultura, revela uma riqueza surpreendente de sabores e texturas. “Todo material que a citricultura brasileira tem passou por aqui em algum momento”, resume o agrônomo Marcos Machado, pesquisador do Centro de Citricultura e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Genômica para Melhoramento de Citros (INCT Citros).

Ao longo dos 85 anos de existência do centro, pesquisadores cruzaram variedades diferentes em busca, principalmente, de produzir plantas resistentes a doenças. Partindo de cruzamentos tradicionais, quase como os que deram origem aos cítricos que chegam ao público desde a domesticação dessas espécies, o centro foi enriquecendo seu arsenal de técnicas com a disponibilidade de informações genéticas. Até agora esse conhecimento se concentrou no uso de marcadores moleculares para caracterizar cruzamentos, avaliando quais descendentes da mistura entre duas variedades (ou espécies) receberam o material genético de interesse dos pesquisadores. Mas agora a era genômica chegou ao Centro de Citricultura, abrindo novas possibilidades.
O primeiro grande passo, que rendeu um artigo psite da Nature Biotechnology, trouxe revelações inesperadas sobre a origem das laranjas e tangerinas que hoje existem. Já se sabia que as frutas cítricas não são espécies naturais, mas híbridos aprimorados por cruzamentos naturais ao longo dos últimos milhares de anos. Mas não há registros dessa história da domesticação do gênero Citrus, que começou no Sudeste da Ásia. “Sabíamos que havia misturas, mas não tínhamos detalhes”, conta o biólogo Marco Takita, um dos autores.