quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Contra infecção hospitalar

Filamentos microscópicos de prata que só podem ser vistos em microscópios de alta resolução apresentaram ação contra  bactéria Staphylococcus aureus, resistente ao antibiótico meticilina e conhecida como Sarm, responsável por infecções hospitalares.
Elson Longo, responsável pela pesquisa, do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara, no interior paulista afirma que a descoberta dessas estruturas foi ao acaso e que elas representam uma nova geração de material bactericida.
 Os testes biológicos coordenados pelo professor Carlos Eduardo Vergani, da Faculdade de Odontologia da Unesp em Araraquara, mostraram resultados promissores também contra fungos. “Os fungos são compostos por moléculas maiores e muitos apresentam resistência aos fungicidas convencionais. Conseguimos bons resultados em experimentos com aCandida albicans e estamos testando em outras espécies”, diz a professora Ana Machado, da equipe coordenada por Vergani. “Evidenciamos ainda que o crescimento de filamentos de prata no tungstato potencializou a capacidade do material de combater a proliferação de Sarm, resultando na redução em quatro vezes da quantidade da substância necessária para eliminar esse microrganismo”, diz Ana.
A explicação científica para esse uso antibiótico está relacionado às cargas elétricas ou radicais livres presentes no metal que alteram as moléculas de DNA e interagem com as membranas celulares levando a danos nos microrganismos.
O novo material, apresentado na edição de abril da edição Scientific Reports da revistaNature, também demonstra outra atividade: uso na decomposição de matéria orgânica em efluentes industriais ou águas de rios e riachos. “Testamos os filamentos com rodamina B, um composto químico vermelho que não perde a cor facilmente e é usado em testes internacionais em experimentos de produtos usados em tratamento de água”, diz Longo.
Outra vantagem nesse processo é que os bastões de prata do tungstato podem ser reutilizáveis. Agora os pesquisadores, além de entender melhor o fenômeno, estão escrevendo patentes sobre os usos dos bastões de prata do tungstato.

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