segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Cientistas criam método mais rápido para produção de antibióticos

Biólogos da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram um jeito mais rápido de desenvolver antibióticos — uma arma importante no combate às bactérias resistentes. O trabalho resultou em uma tecnologia chamada BCP (Bacterial Cytological Profiling, algo como Perfil Citológico Bacteriano em português). Com o novo método, os pesquisadores conseguiram descobrir quais moléculas podem dar origem a um novo antibiótico mais eficaz do que os já existentes. Atualmente, esse processo de identificação de uma molécula pode levar meses — a nova técnica demora apenas duas horas.
O pouco tempo exigido pelo BCP deve-se a uma combinação entre ferramentas de microscopia e biologia quantitativa (ramo da biologia ligado aos cálculos e às estatísticas). Em um artigo publicado no periódico PNAS, os responsáveis pelo trabalho descrevem o método, que foi estudado com o uso de um composto conhecido como spirohexenolide A. Eles afirmam ainda que essa é a primeira vez em que um único teste é capaz de prever como um composto age — as demais técnicas implicam uma série de testes.

Além disso, o novo método pode ser aplicado em nanogramas (um bilionésimo de grama) da substância analisada. Assim, ele precisa de uma quantidade do composto bem menor do que a exigida pelas técnicas atuais. Segundo os cientistas, a necessidade de grandes quantidades das substâncias era um empecilho à produção de novos medicamentos — geralmente, há apenas uma pequena quantidade disponível de compostos recém-descobertos. 

Pelas vantagens que oferece, os pesquisadores acreditam que o BCP vá mudar o cenário atual de criação de novos antibióticos. Atualmente, a indústria farmacêutica está estagnada, por causa das dificuldades encontradas pelos cientistas ao tentar entender os mecanismos de ação das moléculas. 
Infecções — Se a premissa dos americanos se mostrar correta, o trabalho pode significar um avanço no combate a um sério problema: o das bactérias resistentes a antibióticos. Esse tipo de bactéria surge em hospitais, pois é fruto do uso indiscriminado de antibióticos, e causa infecções que costumam levar os pacientes à morte, já que não existem medicamentos capazes de atacar a doença. Com maior facilidade na produção de novos antibióticos, portanto, o problema pode ser resolvido. 

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