sábado, 2 de março de 2013

Útil, sem poluir

Um projeto financiado pelo Programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da FAPESP, entre 2001 e 2004, irá desdobrar-se, até 2015, na implementação da primeira fábrica do Brasil de plástico biodegradável feito a partir de cana-de açúcar. Essa fábrica será construída pela PHB Industrial e terá capacidade para produzir 30 mil toneladas por ano.
O plástico, batizado com o nome comercial de Biocycle, pode ser usado na fabricação de peças rígidas, como painéis de carros, materiais esportivos, brinquedos, e objetos descartáveis, como barbeadores e escovas de dentes, além de canetas réguas e cartões. Sua vantagem é que ele se degrada no ambiente em um ano, enquanto os plásticos comuns podem durar até 200 anos.
A fábrica produzirá o polihidroxibutirato, ou simplesmente PHB, daí o nome da empresa. Seu processo de produção começa no cultivo de bactérias da espécie Alcaligenes eutrophus em biorreatores, nos quais elas são alimentadas com açúcares de cana, principalmente sacarose, e os transformarão em grânulos intracelulares que são, na verdade, poliésteres.
Tais poliésteres, que nada mais são do que o plástico biodegradável, funcionam como um reserva de energia para as bactérias. O seguinte passo do processo produtivo é a extração e purificação do PHB acumulado dentro dos micro-organismos e, para isso, utiliza-se um solvente orgânico que não provoca danos ao ambiente quando descartado. "Com 3 quilos de açúcar, obtém-se 1 quilo de plástico biodegradável", diz o engenheiro de materiais Jefter Fernandes do Nascimento, coordenador do projeto do Pipe e hoje consultor do PHB Industrial.
Para que a PHB Industrial alcançasse esses resultados, foi fundamentos a parceria com o Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). "Durante o projeto apoiado pelo Pipe, fizemos aqui no nosso departamento toda a parte de caracterização do biopolímero e desenvolvemos potenciais aplicações para ele", explica o pesquisador José Augusto Agnelli, da UFSCar. "A criação de vários produtos, na forma de protótipos também foi feita aqui na nossa universidade."
Antes disso, foram feitas novas formulações com o acréscimo de outros materiais ao biopolímero. "Entre outros, nós colocamos materiais naturais, como fibra de sisal ou farinha de madeira", explica Agnelli. "Também acrescentamos às formulações resíduos de processos industriais e outros polímeros degradáveis." O objetivo dessa inserção de outros produtos ao biopolímero é de facilitar e acelerar a decomposição e reduzir os custos de produção.

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