sábado, 30 de março de 2013

Produtos naturais: alternativa segura para tratar pele e cabelo sem química

Os produtos naturais, que foram esquecidos nos últimos anos com a revolução dos produtos estéticos industrializados, continuam sendo utilizados diariamente por milhares de brasileiros. Esse tipo de produto é ideal para os que desejam cuidar da pele e dos cabelos sem utilizar produtos químicos e, muitas vezes, gastando pouco.


“Os produtos 100% naturais são, normalmente, saudáveis, seguros, econômicos e amigos do ambiente. Além disso, a ausência de substâncias químicas, corantes artificiais e conservantes diminui os riscos de alergias e irritações na pele e nos cabelos.”, pondera a médica dermatologista Vivian Amaral.
“Uma alimentação equilibrada pode ser considerada uma excelente ferramenta de beleza e bem estar, considerada, inclusive , superior ao uso de suplementos alimentares”, explica Vivian ao ressaltar a importância de uma alimentação saudável para fins estéticos.
Podendo ser aplicados sem grandes riscos, os produtos naturais, apesar de mais seguros, também podem causar reações adversas. “Alergias podem ocorrer até mesmo com o uso de substâncias naturais, então, é necessário ficar alerta. Qualquer sinal de irritação, como vermelhidão e coceira, indica a lavagem imediata da área em que o produto foi aplicado. Além disso, como os produtos naturais não possuem conservantes, o ideal é que eles sejam utilizados imediatamente após o preparo.”, ensina.
Vivian também usa o abacate e a cânfora como exemplo do que podem fazer as indicações erradas de produtos naturais. “O uso de uma máscara de abacate, indicada para o tratamento de peles secas, pode ser maléfico no caso de peles oleosas, podendo inclusive levar ao surgimento de cravos e espinhas. Gestantes também precisam estar atentas, pois existem produtos naturais que devem ser evitados durante a gravidez, como a cânfora, que aumenta a contratilidade uterina e pode predispor ao abortamento.”, aponta.
Segundo a dermatologista, a maior desvantagem dos produtos naturais em relação aos industrializados pode estar no tempo que eles levam para fazer efeito: “Geralmente, a indústria da beleza traz produtos agradáveis ao toque e tecnologias que facilitam a absorção e ação dos ativos, como a nanoencapsulação dos agentes cosméticos, o que faz muitas vezes com que os resultados dos produtos industrializados apareçam mais rapidamente.”
Coordenadora da Pós-graduação em Estética e Cosmetologia da Universidade Veiga de Almeida, Cláudia Marsico ressalta o uso de produtos naturais na indústria cosmética, como sendo uma tendência dos últimos anos: “A indústria química cosmética possibilita que os processos de extração desses ativos naturais tenha tamanha tecnologia a fim de garantir qualidade e a alta eficácia cosmética."
"Atualmente, temos no mercado da cosmetologia os ativos fermentados, que são obtidos por tecnologia segura, sem agredir o meio ambiente. Os resultados dos tratamentos estéticos com a utilização desses ativos são excelentes”, completa Cláudia.
Propriedades de alguns produtos naturais, segundo as especialistas:
Mel: com as vitaminas A, C e complexo B na composição, sua aplicação tópica parece ter efeito antioxidante, hidratante e rejuvenescedor;
Abacate: rico em proteínas, gorduras e vitamina A, pode agir como hidratante e rejuvenescedor cutâneo;
Leite: o ácido lático, importante componente do leite, é também ingrediente presente na fórmula de inúmeros hidratantes;
Chá de camomila: tem ação antiirritante, calmante e suavizante, pode ser aplicado na face em temperatura ambiente;
Babosa: a máscara de babosa natural tem ação umectante e regeneradora. É excelente para hidratar e dar brilho aos cabelos;
Pepino: tem função hidratante. Rico em vitamina C, trata irritações na pele e diminui inchaços.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Economia Verde defende modos de produção mais sustentáveis


É possível conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do planeta? Na última série de matérias sobre pegada ecológica, veiculada no site do Globo Ecologia, um dado alarmante, publicado pela ONG norte-americana Global Footprint Network, revelou que o ser humano tem consumido mais do que a capacidade de recomposição da natureza pode suportar. Se o desenvolvimento econômico é baseado no consumo, cria-se, dessa maneira, uma espécie de cheque-mate para o futuro do planeta. Como fazer com que economias mundiais possam crescer e vencer suas crises sem agredir o planeta? A resposta pode estar no termo economia verde.
O relatório “Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da
Pobreza – Síntese para Tomadores de Decisão”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), define economia verde como aquela que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e promove a igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente riscos ambientais e a escassez ecológica. Ou seja, uma economia verde prevê baixa emissão de carbono e eficiência no uso de recursos naturais, além de ser socialmente inclusiva.

Segundo o relatório do PNUMA, no regime de economia verde, o crescimento de renda e de emprego deve ser impulsionado por investimentos públicos e privados, que priorizem a redução das emissões de carbono e da poluição, aumentando a eficiência energética e o uso de recursos. Dessa maneira, previnem-se perdas de biodiversidade do planeta.
O Programa das Nações Unidas alerta que para a transição de uma economia marrom, que depende excessivamente da energia proveniente dos combustíveis fósseis, para a verde, que explora os recursos renováveis, são necessárias determinadas condições facilitadoras. Isso inclui regulamentos nacionais, políticas, subsídios e incentivos, mercado internacional e infraestrutura legal e protocolos comerciais e de apoio. Para Luiz Felipe Guanaes, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC (Unima), a conscientização do consumidor ditará as mudanças nos modelos econômicos.
“O mercado não é uma coisa fixa, ele vem se transformando desde o dia em que surgiu e a sua grande força de mudança é o consumidor, com seus impulsos de compra. A partir do momento em que a sociedade se conscientizar sobre o problema do meio ambiente, a tendência será a demanda por produtos ecologicamente corretos. Quanto mais consciente for o consumidor, mais ele exigirá meios de produção responsáveis em termos ambientais. Para isso, é preciso adequar o modo de produção atual”, explica o professor.

Ações em economia verde

Conforme explica Guanaes, a agricultura orgânica é uma alternativa de produção que vem assumindo cada vez mais espaço no incremento da economia verde no Brasil. “Há 25 anos, não havia demanda para esse tipo de produto, sendo que hoje esse mercado movimenta cerca de R$ 5 bilhões. Entretanto, esses produtos ainda sofrem sobretaxa devido à falta de investimento em tecnologia para baratear a produção, ficando mais caros que os tradicionais. Se conseguirmos baratear o preço dos vegetais orgânicos, incluindo também a implementação de cooperativismos mais inteligentes, eles baterão de frente com os tradicionais”, destaca.

O professor cita como exemplo a Alemanha, onde a agricultura orgânica ocupa 40% do mercado de produtos agrícolas. “Lá, há também o conceito do lixo como forma de energia. O incremento do mercado de reciclagem é uma oportunidade fantástica em todo o mundo. Na Alemanha, foi adotada uma rede de economia verde para a agricultura orgânica. A partir do lixo, grandes usinas de compostagem produzem matéria de orgânica que serve de adubo, barateando o cultivo orgânico. Ou seja, uma quantidade de energia que passava a ficar parada nos lixões, comprometendo o meio ambiente, é transformada em energia”, ensina.

No que diz respeito ao aproveitamento de energias renováveis, desde 2004, o Brasil tem investido na criação de parques com aerogeradores (hélices que fazem a captação do vento para geração de energia), que entraram em funcionamento em 2006. Como explica a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, (Abeeólica), Elbia Melo, o país possui um clima propício para esse tipo de geração de energia, que corresponde a 1%, dos 17% provenientes de fontes alternativas, do total da matriz energética do Brasil. “Nós brasileiros começamos a perceber que a nossa produção de energia eólica é muito melhor que nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, pois nossos ventos são melhores, além das condições do clima. Basicamente, empresas brasileiras que investem em produção de energia alternativas optam também pela eólica”, aponta a presidente.



quinta-feira, 28 de março de 2013

Curiosidades: Grafeno, o material do futuro



Desde sua descoberta, em 2004, o grafeno vem cada vez mais se mostrando o “material-maravilha” que se havia pensado. Grafeno é uma folha unidimensional de carbono, densamente compactada, em rede hexagonal. A partir de suas características, vários experimentos vêm sido feitos para testar o potencial desse material.

O papel de grafeno, quando comparado ao aço, mostra-se seis vezes mais leve, com uma densidade cinco vezes menor, é dez vezes mais resistente à tração e possui até treze vezes maior rigidez de flexão. Ainda é um material reciclável, podendo ser fabricado de forma sustentável.

Foi demonstrado, também, que o grafeno pode converter um único fóton em múltiplos elétrons, o que o torna uma ótima alternativa para uma nova geração de células solares com alto rendimento. Tal fenômeno, conhecido como multiplicação das cargas, torna um elemento ideal para compor dispositivos com base na conversão de luz em eletricidade.
 
Outro experimento feito mostrou que água presa entre as folhas de grafeno tem potencial para corroer diamante. Quando a água é injetada no material, as moléculas ficam presas entre o grafeno e o diamante, passando para um estado hibrido – entre liquido e gás –em que passam a ser altamente corrosivas, acabando por desgastar o diamante.

Além disso, testes foram feitos com circuitos a base de grafeno, onde os cálculos obtidos mostraram que a eficiência desse material é de até dez vezes maior que a de um circuito de silício, usado atualmente.

Apesar de inúmeras qualidades, os defeitos surgem quando a estrutura atômica da folha unidimensional de carbono não se organiza numa rede hexagonal, o que pode causar uma instabilidade muito grande. Sendo o material mais forte que se conhece, a presença de defeitos poderia ser um motivo de preocupações, mas o controle desses estados eletrônicos pode trazer benefícios tão grandes que muito é investido nessa nova descoberta.


quarta-feira, 27 de março de 2013

Pomada para verruga genital


Pesquisadores da UFAL - Universidade Federal de Alagoas desenvolveram uma pomada que se mostrou totalmente eficaz no tratamento de verrugas genitais, sintoma de vítimas do HPV. A pomada contém a casca do barbatimão, produto popular na categoria de plantas medicinais. A própria planta já era utilizada no tratamento de corrimento vaginal, inflamações e cicatrização.


Os testes começaram há dez anos atrás, e dentre os pacientes haviam crianças, homens soropositivos e grávidas que foram diagnosticados com o papiloma humano. A pomada obteve 100% de cura sem efeitos colaterais, além disso a cicatrização é total não deixando marcas. 

A pomada já está em processo de patenteamento no Brasil e os cientistas esperam que em breve seja disponibilizada pelo SUS - Sistema Único de Saúde. Atualmente as verrugas são tratadas com cauterização.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Tratamento para leucemia severa

Novo tratamento experimental extrai linfócitos T, célula do sistema imune, e as reprogramam para que identifiquem e eliminem células B que contenham proteína CD19 que normalmente associada à leucemia severa. Segundo os cientistas esta pesquisa se baseia na criação de 'drogas vivas'.

A leucemia severa causa morte em aproximadamente 60% dos adultos, mostrando-se habitualmente letal. No experimento, os cinco pacientes do estudo haviam recaído após a quimioterapia, foram tratados com as células T modificadas, três deles demonstraram remissão da doença em até dois anos. Os pacientes de leucemia severa que recaem à quimioterapia quase não sobrevivem à alguns meses.

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domingo, 24 de março de 2013

Estimulação magnética reduz o consumo de cocaína


Uma tecnologia que usa estímulos eletromagnéticos no crânio reduz o consumo de cocaína. Os resultados são da pesquisa do psiquiatra Philip Ribeiro, pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).Os testes realizados nas pessoas que lutam contra esse tipo de dependência química mostrou resultados surpreendentes. Houve redução do desejo intenso de usar a droga em 80% dos pacientes. Além disso, 60% dos indivíduos tiveram uma redução do consumo da droga.O paciente deve fazer 20 sessões de 15 minutos, cinco vezes por semana, posicionado em uma cadeira ao lado de uma máquina. Com uma bobina encostada na cabeça do paciente, o aparelho produz um potente campo magnético e, ao oscilar, gera uma corrente elétrica.No cérebro do dependente de cocaína, o método indolor ativa as regiões responsáveis pelo poder de decisão e pela sensação de saciedade, que ficam comprometidas durante crises de abstinência. “O método estimula as áreas do cérebro do paciente que foram atrofiadas com o uso da droga. A corrente estimula essas áreas para funcionar de uma maneira mais eficaz”, explica o pesquisador.É um tratamento promissor e o próximo passo é testar os tratamento em dependentes de crack. 
Para mais informações, clique aqui.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Nanofábricas: Máquinas Moleculares

As nanofábricas são máquinas moleculares em que as linhas de montagem só podem ser vistas pelo microscópio. Elas imitam a forma como as moléculas são feitas na natureza se utilizando de outras moléculas e de um processo similar à linha de montagem robotizada dos automóveis, explica o pesquisador Dr. David Leigh, da Universidade de Manchester, no Reino Unido. 
As nanofábricas foram inspiradas no mecanismo de uma organela existente em todas as células vivas, os ribossomos. Esses, fabricam enzimas para os seres vivos mediante a junção de aminoácidos. 
"Estas máquinas poderão tornar os processos de fabricação de moléculas muito mais eficientes e baratos. Isso irá beneficiar todos os tipos de fábricas, já que a maioria dos produtos feitos pelo homem começa no nível molecular," complementa o pesquisador. 
Assim, as nanofábricas representam uma nova, silenciosa e invisível revolução industrial no interior de vários laboratórios de nanotecnologia ao redor do mundo.
Para mais informações, clique aqui.

domingo, 17 de março de 2013

Diário de um Engenheiro: Poluição atmosférica e os riscos aos trabalhadores no trânsito.


O estudo dos efeitos nocivos produzidos pela interação de agentes químicos contaminantes do ambiente de trabalho com o trabalhador exposto é responsabilidade da Toxicologia Ocupacional. A detecção precoce de uma exposição perigosa pode diminuir significativamente a ocorrência de efeitos adversos à saúde. 

A poluição atmosférica recebe crescente atenção como problema de saúde pública, pois representa uma fonte de agentes que podem promover o estresse oxidativo e danos ao DNA, levando a efeitos cancerígenos e mutagênicos.
  
Alguns indivíduos estão mais expostos à poluição atmosférica, composta de vários poluentes, como monóxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e ozônio em níveis elevados, aumentando o risco de desenvolvimento de lesões inflamatórias no sistema pulmonar de trabalhadores como motoboys, controladores de tráfego, policiais e taxistas. 

Uma forma de analisar o impacto dos poluentes na saúde é a determinação de quanto desses poluentes comprometem precocemente a função pulmonar.

Um estudo de 2009, realizado pelo Centro Universitário São Camilo, com 90 indivíduos (30 motoboys, 30 taxistas e 30 funcionários do setor administrativo, que formaram o grupo controle) avaliou a função pulmonar pelos testes de capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório forçado (VEF), a relação CVF/VEF e o fluxo expiratório.

Os resultados obtidos apresentaram diferenças estatísticas entre os três grupos, sendo que o grupo de motoboys apresentou os piores valores. Concluiu-se que este grupo apresentou pior função pulmonar, que pode estar diretamente relacionada à intensidade e tempo de exposição aos poluentes, fatores determinantes para o agravamento da toxicidade de poluentes. 

Outro estudo realizado e apresentado no Seminário Científico da Poluição Ambiental, em agosto deste ano, demonstrou resultados parciais da pesquisa “Avaliação da exposição aguda ao material particulado em controladores de trânsito e trabalhadores da área do cinturão verde da cidade de São Paulo”. Avaliaram-se os efeitos da poluição do ar na saúde em grupos altamente vulneráveis aos gases poluentes expelidos pelos veículos: 71 taxistas e 30 funcionários da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que são responsáveis pela fiscalização do trânsito.

Concluiu-se que o ar poluído provocou inflamação nos olhos e pulmão, alterações na pressão arterial e no ritmo cardíaco, distúrbio pró-coagulante, maior tendência à obesidade, conjuntivite, rinite e maior número de quebras cromossômicas, o que significa mais risco de câncer, tanto nas mucosas expostas, quanto nas células circulantes. O estudo avaliou também as variações no estado de saúde dentro do grupo mais exposto à poluição. Ficou comprovado que, à medida que os poluentes aumentam o organismo também piora. 

Bárbara C. M. F. Paes
Graduanda em Engenharia Biotecnológica

Bibliografia

AGÊNCIA BRASIL. Estudo mostra danos causados pela poluição à saúde de profissionais que trabalham no trânsito. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-08-23/estudo-mostra-danos-causados-pela-poluicao-saude-de-profissionais-que-trabalham-no-transito>. Acesso em: 22 set. 2012.
FERREIRA, C. A. S. Análise da função pulmonar de motoboys: o efeito da poluição atmosférica. Prevenção, a melhor forma de cuidar. O Mundo da Saúde, São Paulo, 2009, v.2, n.33, p.170-4. Disponível em: <http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/67/170a174.pdf>. Acesso em 15 set. 2012.
GAMA GASES. Propriedade dos gases. Disponível em: <http://www.gamagases.com.br/propriedades.htm>. Acesso em: 27 set. 2012.
NEGRI, A. Estudos dos efeitos mutagênicos da poluição ambiental em trabalhadores de rua em São Paulo. 2010. 65f. Tese (Doutorado em Ciências) - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-25022010-154540/pt-br.php>. Acesso em: 18 set. 2012.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Diário de um Engenheiro: Efeito do tolueno e ruído na perda auditiva ocupacional


O ruído é regulamentado como um conjunto de sons, que são capazes de adquirir um efeito desagradável e/ou intolerável, devido aos incômodos, à fadiga, à perturbação e não à dor que pode ocasionar.

A exposição ao ruído em altos níveis é considerada a principal causa, que pode ser evitada, de perda auditiva permanente. A perda na audição ocorre lenta e gradualmente ao longo dos anos, sendo que a exposição diária não apresenta consequências claras até que a audição já esteja comprometida.

Atualmente, são inúmeros os fatores que mais contribuem para a elevação dos níveis de ruído no cotidiano como, por exemplo, o aumento dos aglomerados urbanos, das deslocações, da aceleração do ritmo de vida, do desenvolvimento de hábitos de convívio noturno em espaços públicos, mas também o aumento do desenvolvimento da utilização de estruturas tecnológicas nas diversas situações da vida social (transportes, equipamentos das superfícies comerciais, equipamentos industriais, equipamentos domésticos).

Levando em consideração os fatores acima mencionados, também não podem passar despercebidas as exigências atuais da atividade profissional e produtiva dos indivíduos. Atividade produtiva esta, que se desenvolve nas fábricas, nos estabelecimentos comerciais e nos escritórios, nas atividades agrícolas e nas construções e que representam um fator, entre outros, de destaque de exposição ao ruído por força da elevada concentração de estruturas tecnológicas (máquinas, ferramentas e materiais manipulados) em espaços confinados (fábricas, locais de obras, etc.) e onde se localizam por tempo considerável diariamente diversos trabalhadores.

O comprometimento da saúde auditiva foi considerado por anos como a causa exclusiva dos ruídos. Pesquisas recentes consideram que o comprometimento da audição está associado à ação e exposição a outros agentes, como produtos químicos, e sua possível interação com os ruídos.

Existem alguns estudos que trouxeram evidências de que os produtos químicos podem levar à perda auditiva sem a presença do ruído, sendo conhecidas como ototóxicas.  Esse termo se refere a danos causados por um tóxico, especificamente, ao nível do epitélio sensorial do labirinto e do nervo auditivo, ou seja, um dano no interior do osso temporal. A interação entre o ruído e os produtos químicos pode conduzir a uma perda auditiva de maior gravidade do que a perda auditiva resultante da exposição isolada ao ruído ou ao produto químico. Ou seja, pode existir sinergia entre estes dois agentes.

Dentre os agentes químicos que podem comprometer a audição temos os solventes, metais, asfixiantes e agrotóxicos organofosforados. Para este estudo levou-se em consideração o tolueno, que é formado pela substituição de um átomo de hidrogênio por um radical metil, que é produzido a partir do refinamento do petróleo e encontrado em colas, gasolinas, solventes, agentes de limpeza, óleos, perfumes, entre outros produtos.

A exposição ao tolueno pode ser aguda ou crônica. A exposição aguda é sobre tudo devida à inalação de colas ou vapores de solventes, também se pode verificar de forma mais acentuada em indivíduos obesos, visto que o tolueno tem alta lipossolubilidade, armazenando-se em maior escala no tecido adiposo.

Em alguns estudos efetuados com animais, ratos, esses foram expostos, isoladamente ao tolueno, ao ruído e ao tolueno seguido por ruído. Os resultados apuraram uma diminuição da sensibilidade auditiva, particularmente em altas frequências. No entanto, a alteração encontrada no grupo exposto aos dois agentes foi maior do que a soma dos efeitos ocorridos nas exposições isoladas. Pela ABR (Auditory Brainstem Response), concluiu-se que havia dano coclear, pois os limiares auditivos foram, altamente, danificados enquanto a latência e o intervalo estavam apenas levemente afetados. No caso da exposição combinada inversa (ruído seguido por tolueno), a perda auditiva encontrada era maior do que a obtida isoladamente, mas não excedia a soma. Suspeita-se que o tolueno cause dano estrutural nos estereocílios e/ou membrana das células ciliadas cocleares, aumentando a vulnerabilidade ao ruído.

Rômulo Miiller Pereira
Graduando em Engenharia Biotecnológica

Bibliografia

SANTOS, A. L. B. Projeto de Investigação: Efeito do tolueno e ruído na génese de perda auditiva ocupacional. Mestrado Higiene e Segurança no Trabalho. Escola Superior de Tecnologia de Saúde de Lisboa. Publicação em maio de 2012. Disponível em: < http://repositorio.ipl.pt/handle/10400.21/1712 >.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Descomplicando o Vestibular: A primeira de muitas outras conquistas




O dedo indicador percorrendo a lista na parede passando por diversos nomes de pessoas; algumas poucas suas amigas de estudo, outras vocês nunca chegou a ver na vida. O dedo continua a percorrê-los até chegar nos nomes que iniciam com o a primeira letra do seu. Após pouquíssimos segundos você se depara com seu nome. Depois de ratificar o que acabara de ver, o nervosismo e ansiedade que antes provocavam o aceleramento dos seus batimentos cardíacos transformam-se em uma sensação de felicidade, alegria. Brotam lágrimas em seus olhos.

Sua mente faz um ‘flash-back’: Você volta no tempo, para o momento em que tudo começou. O qual você fez sua matrícula num cursinho ou começou o terceiro ano do colegial de sua escola. Você relembra todas as dificuldades que passou, todas as cobranças feitas por familiares inconvenientes e até as feitas por você mesmo. Relembra de todos os amigos que compartilharam esse momento inesquecível de sua vida. Lembra-se da dificíl fase de enfrentar centenas de candidatos que buscavam a mesma vaga dentro da universidade. Lembra-se da primeira e  segunda fase dos vestibulares. Recorda-se de todos os detalhes; o(a) monitor(a) que lhe entregou as provas, a caligrafia que ficou gravada na lousa com todas as regras da prova e até mesmo da cor da cortina da sala.

Após esses minúsculos segundos que recordaram praticamente um ano ou mais de luta, você grita, pula, abraça os estranhos ao seu lado. Agora a mão que antes percorria a lista duvidosa ruma em direção dos bolsos da calça em busca do celular. De maneira tremula e desajeitada, você disca um número e depois de alguns segundos, com a voz irregular, diz: “Mãe, passei!”. Nunca existiram palavras tão maravilhosas como estas.

Por sabermos muito bem como é toda essa fase, como é passar por tudo, nós, da Biotec Jr.(Empresa Júnior de Engenharia Biotecnologia) da Unesp de Assis, desejamos a todos os aprovados os parabéns! Principalmente a aqueles da Engenharia Biotecnológica e futuros membros da empresa júnior. Aguardamos com ansiedade conhecê-los.