domingo, 20 de janeiro de 2013

Diário de um Engenheiro: Descarte de Embalagens de Agrotóxicos

Atualmente o mercado de agrotóxicos movimenta bilhões de dólares no mundo todo. Porém a intoxicação por agrotóxicos é um quadro grave muitas vezes podendo resultar em morte. Segundo o SINITOX (Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas) só no ano de 2010 houve 1175 casos de intoxicação no Estado de São Paulo por agrotóxicos de uso agrícola, valor equivalente a 4,5% do total de casos de intoxicação do Estado, sendo que 8 casos resultaram em morte, somando 15,69% dos casos de morte por intoxicação do estado. Isso sem contar que no Estado de São Paulo muitos casos de intoxicação não são notificados. 

Além da intoxicação pelos resíduos deixados pelo uso dos agrotóxicos existe também a possibilidade de resíduos deixados pelo mau descarte das embalagens estas que contém restos de agrotóxicos e solventes que configuram um risco para a população e para o meio-ambiente. 


Como deve proceder então o descarte das embalagens? 

O processo começa com o usuário do agrotóxico, ele deve prepara-las para serem devolvidas nas unidades de recebimento. As embalagens rígidas laváveis (plásticas, metálicas e de vidro) devem ser lavadas pela tríplice lavagem onde a embalagem deve ser completamente esvaziada no pulverizador, deve-se então adicionar água até ¼ do volume total, fechar a embalagem e sacudir por 30 segundos e depois esvaziar no pulverizador, esse processo deve ser repetido 3 vezes e no final a embalagem deve ser inutilizada perfurando-se o fundo. 

As embalagens não laváveis são aquelas que são flexíveis. Também podem ser rígidas, mas não utilizam água como veiculo de vaporização. As embalagens rígidas devem ser mantidas intactas e devidamente tampadas e armazenadas, já as flexíveis devem ser colocadas dentro de sacos plásticos. 

O armazenamento não deve passar de 1 ano da data de compra e as embalagens devem ser devolvidas nos pontos de coleta. Existem centros de coleta no Estado de São Paulo e estes estão localizados em: Guariba; Ituverava; Paraguaçu Paulista; Taquarivaí; Valinhos. 


O que fazer com as sobras da aplicação dos agrotóxicos? 

O uso deve ser calculado para que não haja grandes sobras no final da aplicação, mas caso haja o produto deve ser diluído em água e distribuído em volta da área tratada, nunca se deve jogar na área tratada, pois pode causa fitotoxicidade e o descarte jamais deve ser feito em rios, lagos ou qualquer outro lugar com água.

Henrique Kiyoshi Oshiquiri
Graduando do curso de Engenharia Biotecnológica

Referências bibliográficas

PAIVA, G. R. B. Resíduos Sólidos de Agrotóxicos em Presidente Prudente. UNESP. Presidente Prudente. 2007.

SINITOX, Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas.

STOPPELLI, I. M. B. S.; MAGALHÃES, C. P. Saúde e segurança alimentar: a questão dos agrotóxicos. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, p. 91-100, 2005.

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