quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Processo de desenvolvimento do câncer

Cientistas da Universidade Livre de Bruxelas descobriram um fator que leva ao desenvolvimento de tumores malignos nas células cutâneas, segundo esses cientistas isso se deve à reprogramação celular.O estudo foi realizado no câncer basocelular, o tipo mais comum da Europa, Estados Unidos e Austrália.

Anteriormente à pesquisa, acreditava-se que o tumor era originado unicamente a partir de células-tronco mutantes, entretanto Cédric Blanpain e sua equipe demonstraram que a reprogramação de células adultas e saudáveis também poderiam gerar células cancerosas, logo os diferentes tumores deveriam assim ser originados por diferentes causas.

Os pesquisadores demonstraram também que a razão dessa reprogramação celular se deve à uma via bioquímica denominada Wnt/beta-catenina, que quando ativa transporta certas proteínas para o interior da célula que causam a reprogramação. A próxima medida a ser tomada, então, seria bloquear essa via. Os cientistas almejam a produção de um creme que impediria a ativação dessa via, impedindo a formação de tumores, que seria adicionado aos protetores solares.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Continuação da Entrevista com Camila Betterelli Giuliano


Nesta segunda parte da entrevista, Camila conta sobre o intercâmbio que fez nos Estados Unidos pelo programa do governo federal, Ciência sem Fronteiras, desde a seleção até a volta ao Brasil.



Biotec Jr.: Para qual universidade você foi selecionada e por qual programa de intercâmbio?

Camila: Eu fui selecionada para a Boston University, pelo programa Ciência sem Fronteiras.

BJ.: Quanto tempo você passou na Boston University?

C.: Fiz dois semestres acadêmicos lá, totalizando um ano.

BJ.: Como foi o processo de seleção no programa Ciência sem Fronteiras?

C.: Foi uma loucura! (risos) Como eu fui da primeira turma do programa, nada estava bem definido ainda, existiam mais dúvidas do que respostas, mas no final deu certo. Para passar no processo de seleção, você tinha que ter sua candidatura homologada pela sua instituição de ensino, então, a UNESP tinha que estar de acordo com o programa; você tinha que ter a nota mínima do exame de proficiência em inglês, no meu caso foi o TOEFL e, depois de tudo, tinha que ser escolhido e aceito por uma universidade americana.

BJ.: Há alguma exigência em relação ao desempenho acadêmico para conseguir bolsa por esse programa?

C.: Sim, isso estava listado como um dos pré-requisitos. Mas eu senti que a nota do TOEFL pesou mais na decisão.

BJ.: Os demais alunos da turma que foi com você eram da mesma área, de biotecnologia?

C.: Os que foram para Boston faziam ciência ou engenharia da computação, biomedicina, ciências físicas e biomoleculares e medicina.

BJ.: As matérias que você cursou poderão ser transferidas e substituídas pelas do curso?

C.: Eu ainda vou fazer a equivalência na primeira semana de aula, mas eu acredito que será difícil, porque fiz matérias bem diferentes do currículo da UNESP, em partes, com o intuito de aproveitar ao máximo a oportunidade e fazer coisas que não teria oportunidade de fazer aqui e, em partes, pela disponibilidade de matérias.

BJ.: Além das aulas, que outras atividades você teve oportunidade de participar durante o intercâmbio?

C.: Bom, fazer estágio estava listado no edital do programa, então, já sabíamos que teríamos que encontrar um, mas as universidades americanas tem muita infraestrutura, então, nós podíamos fazer aulas diferentes, como aulas de dança, línguas, luta, coisas assim. Além do enorme número de grupos estudantis que eles tem para tudo que você pode imaginar.

BJ.: Você fez estágio em Harvard, considerada uma das melhores universidades do mundo. Como que foi essa conquista?

C.: Bom, como eu disse, nós já fomos para os EUA sabendo que teríamos de encontrar um estágio, mas nós não sabíamos muito bem como isso poderia ser feito – se, estando na BU, poderíamos procurar estágio em laboratórios de outras universidades ou se só poderíamos procurar em empresas e laboratórios da própria BU – e, como erámos a primeira turma, essa informação demorou para chegar. Ficamos sabendo tarde que poderíamos buscar onde quiséssemos e isso gerou vários problemas: a maioria dos programas já estava fechado e os restantes só aceitavam cidadãos americanos.
Eu não estava me conformando que eu estava tão perto de Harvard e do MIT e não conseguiria nada por lá, mas, depois de muito procurar, eu encontrei o REU (Research Experience for Undergraduates) da School of Engineering and Applied Sciences de Harvard. Era o único programa que ainda estava aceitando inscrições e o único que possuía dois laboratórios que aceitavam estrangeiros.
Eu tive quatro dias para preencher o formulário com o meu currículo e escrever duas redações justificando meu interesse. Meu único empecilho era o histórico juramentado de Assis, que não iria chegar no prazo nunca, mas a coordenadoria me deixou entregar depois, se eu mandasse o desatualizado junto com os demais documentos.
A seleção foi feita pelos professores que iriam orientar os estagiários. Todas as nossas informações ficavam disponíveis e eles escolhiam os alunos que achavam que tinham o perfil mais adequado. Foi assim que eu fui parar no Rowland Institute at Harvard.

BJ.: Quais você acha que foram suas atribuições mais determinantes para conseguir esse estágio?

C.: Bom, meu professor é biofísico. Então, quando ele viu biofísica no meu currículo, ele achou que eu era a super biofísica. (risos) O projeto que ele tinha me proposto envolvia técnicas biofísicas no estudo de uma planta carnívora. Ele se interessou muito pelas partes de exatas do meu currículo, o que foi bem complicado no início, já que faziam mais de seis meses que eu não fazia nada de exatas, mas, depois, nós fomos nos acertando de acordo com as facilidades de cada um.
No fim, ele viu que o meu conhecimento de biológicas poderia ser muito mais útil para o projeto do que eu passar horas tentando programar em uma linguagem que eu nunca tinha visto.

BJ.: Quais foram as suas maiores dificuldades, desde a seleção até a volta ao Brasil?

C.: A língua foi uma! Estávamos em cinco brasileiros no começo. Depois, ficamos em oito e, por mais que a gente tente, é muito difícil se comunicar em inglês quando se sabe que a pessoa te entende em português. Meu nível de inglês é avançado, mas, conversando com as pessoas, a gente notava o nosso sotaque e a falta de vocabulário para se expressar fluentemente. Meu inglês só foi melhorar mesmo no estágio, quando eu fiquei só entre americanos ou estrangeiros. Eu não tive nenhum problema de adaptação, porque, como diz minha irmã, "é muito fácil se acostumar com o que é bom".
Só foi difícil voltar! (risos)

BJ.: O que esse intercâmbio te acrescentou?

C.: Academicamente, não precisa nem falar, né? Só o estágio e o networking que eu fiz já podem ser decisivos nas próximas etapas da minha vida. Como pessoa, eu voltei com uma visão diferente do Brasil, aprendi muito sobre outras culturas, porque o EUA é extremamente multicultural, muito mais do que eu imaginava, tive uma noção diferente de qualidade de vida e justiça.
E o estágio pode gerar dois artigos meus. Um já foi submetido, está em fase de peer review, e o outro está em fase de escrita.

BJ.: Muito obrigada pela entrevista, Camila! Com certeza será de grande proveito para os graduandos e futuros graduandos que leem o nosso blog! Parabéns pelas conquistas! Torcemos que venham muitas outras pela frente! Você tem algum recado ou alguma dica para os alunos que estão entrando agora no curso de Engenharia Biotecnológica da Unesp?

C.: Bom, primeiro, não se desesperem e desistam do curso com medo do mercado de trabalho depois. Todas as empresas biotecnológicas que a gente sonha existem! Elas só não chegaram com força aqui ainda, mas isso não quer dizer que elas não vão ou que você não pode ir atrás delas. E, se tiverem a oportunidade de fazer intercâmbio, não pensem duas vezes e façam!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Cientistas convertem arquivo de computador em DNA sintético


Pesquisadores europeus acabam de provar que é possível armazenar arquivos digitais em DNA. Hoje, com o aumento exponencial do mundo digital, há uma necessidade crescente de memória para armazenar o conteúdo produzido.

Em comparação, moléculas de DNA são extremamente estáveis. "Já sabíamos que o DNA é uma forma robusta de armazenar informação porque podemos extraí-la de ossos de mamutes, com dezenas de milhares de anos, e ainda assim compreendê-la", diz Nick Goldman, do Instituto Europeu de Bioinformática, autor do novo estudo.
O fator mais complicado na hora de guardar informações em moléculas de DNA é escrevê-las de modo a conseguir recuperá-las mais tarde.
O DNA é composto por quatro bases nitrogenadas: C (citosina), G (guanina), T (timina) e A (adenina).

Porém, os computadores, que só trabalham com 0 e 1. e o problema é "soletrar" o conteúdo. As técnicas de produção de DNA acabam levando a erros de "digitação", principalmente quando duas letras iguais vêm em seguida, além disso, só se consegue hoje produzir sequências pequenas. Partindo de um arquivo de texto, um MP3, uma foto, um PDF e um arquivo de código (que explica como a conversão de arquivos é feita), a empresa californiana Agilent Technologies sintetizou uma amostra de DNA que mais lembrava um grão de poeira.
A pesquisa foi levada à Alemanha, Goldman e sua equipe "leram" o conteúdo do DNA e remontaram a sequência no computador.

O sucesso abre caminho para o uso prático da técnica, mas ainda é preciso melhorar a codificação e as técnicas de escrita e leitura do DNA para que isso se torne comercialmente viável. Como o custo da síntese de DNA vem caindo, dizem os pesquisadores, esse esquema deve ser comercialmente praticável em uma década.
A técnica seria útil para preservação a longo prazo das cópias digitais definitivas que os grandes estúdios de cinema fazem de seus filmes.

Para saber mais, Clique aqui.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Vacina previne o Alzheimer


O Mal de Alzheimer é uma doença degenerativa que acaba por atrofiar regiões cerebrais progressivamente. Essa degeneração é percebida através da perda da habilidade de raciocinar, memorizar e até pode afetar a fala e o comportamento do portador.

A estimativa atual é que cerca de 36 milhões de pessoas sejam portadores da doença e a previsão é que em 2030 o número chegue a 66 milhões, e em 2050 cerca de 115 milhões apresentem os sintomas.

Não existe cura para a doença, assim o tratamento destina-se a controlar os sintomas com o auxilio de antipsicóticos, contudo um possível novo aliado está surgindo. Um grupo de cientistas espanhóis desenvolveu uma vacina capaz de prevenir a doença e reverter suas manifestações quando a mesma já estiver desenvolvida.

    Cérebro normal de rato (esquerda) e com a 
  placas características da doença (direita)

A confecção da vacina se baseia na ativação do sistema imunológico contra proteínas betaamiloide, que se acumulam em placas no cérebro e acabam por causar desconexão neuronal, o que caracteriza a doença.

Outras vacinas similares já foram criadas, mas não obtiveram  nenhum sucesso, a novidade é o armazenamento da proteína em lipossomas (pequenas bolsas de gordura) , que se assemelham a cobertura dos neurônios, facilitando assim o transporte da proteína e evitando reações imunes extremas.

Os testes foram realizados em ratos portadores das principais mutações genéticas responsáveis pela doença em humanos e se mostraram bastante eficazes, já que os ratos imunizados não desenvolveram a doença ao longo da vida e não apresentaram efeitos colaterais.

Agora a equipe se prepara para começar a fazer o teste em humanos que poderão durar de seis a oito anos. Contudo ainda existem alguns obstáculos, o principal deles é que os testes foram feitos em ratos transgênicos criados para desenvolverem o mal. Em humanos a doença está associada a até 200 genes e a combinação deles será a determinante para o funcionamento da vacina. O diretor da pesquisa já admite que ela só será eficiente para 40% ou 50% das pessoas que possuem predisposição para a doença ou para as já enfermas. 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Injeção contra a cegueira


     Cientistas da Universidade de Oxford anunciaram que conseguiram recuperar a visão de camundongos totalmente cegos com injeções nos olhos de células sensíveis à luz. 
  Foram usados como cobaias camundongos totalmente desprovidos de células fotoreceptoras sensíveis à luz em suas retinas. A pesquisa constituiu em injetar células precursoras - células primitivas e indiferenciadas - para desenvolver a estrutura da retina no olho. Constatou-se a formação de uma retina duas semanas após as injeções. 
    Estudos anteriores obtiveram resultados semelhantes com ratos que tinham uma retina parcialmente prejudicada e não desprovidos totalmente dela, como no estudo atual. Os ratos testados agora não eram capazes de distinguir entre a luz e a escuridão. 
     Para a comprovação da formação da retina, as cobaias que receberam a injeção foram testadas para ver se evitavam áreas iluminadas e se suas pupilas contraíam em contato com a luz e tiveram seus cérebros escaneados para aferir se a informação visual estava sendo processada pela mente.
    A equipe de pesquisadores de Oxford, que realizou o estudo, afirmou que sua pesquisa é semelhante aos tratamentos de pacientes de doenças degenerativas de vista. Caso a injeção seja comprovadamente eficaz, ela pode ser um grande avanço na ajuda para o retorno da visão de pessoas com cegueira por problemas na retina.
Para ler a reportagem completa, clique aqui. 


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Usina de tornados em desenvolvimento por cientistas canadenses

Modelo reduzido do projeto
    Uma das maiores preocupações mundiais atualmente gira em torno da obtenção de energia elétrica de maneira limpa e, nesses termos, as modalidades mais comuns são hidráulica, solar e eólica. Desta forma, suba um pouco o nível e as proporções da energia eólica e obtenha a energia gerada por tornados!

  Essa iniciativa partiu de Louis Michaud, engenheiro elétrico e presidente da AVEtec Energy Corporation, que juntamente com um grupo de outros pesquisadores, chegou a um modelo que usa uma espécie de "tornado controlado" para energizar as turbinas, o que eles já batizaram de Atmospheric Vortex Engine (AVE), ou Motor de Vórtice Atmosférico.
     
    Esse motor funciona puxando ar quente e úmido em si mesmo e criando um vórtice devido à diferença de temperatura entre o motor e a atmosfera, tal qual um tornado.

    Finalizadas, uma dessas usinas poderia ter um diâmetro de aproximadamente 100 metros e teria um nível de produção semelhante ao de uma usina de carvão fóssil, 200 megawatts. As semelhanças, porém acabam aí, a usina de tornados seria totalmente limpa, sem emissão de carbono na atmosfera, e não exigiria o armazenamento de nenhum combustível. Além disso, o produto formado teria um custo muito menor que o atual, cerca de três centavos de dólar por kilowatt/hora.

Visite aqui o site oficial do projeto.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Obrigado Leitores!!!!


O DBiotec ultrapassou os 50mil acessos!


Esse é um mérito de vocês que descomplicam a biotecnologia com a gente!! Obrigado!



Continue acompanhando e descomplicando para mais pessoas!




Diário de um Engenheiro: Intoxicação por Tintas e Solventes Orgânicos

Os pintores ficam expostos a tintas e solventes orgânicos por muito tempo e a maioria deles não utilizam de equipamentos de segurança necessários para fazerem seus trabalhos. Na tinta estão presentes muitas substâncias químicas danosas á saúde humana, que em determinadas condições e concentrações podem produzir efeitos indesejáveis desde uma leve irritação na pele até uma intoxicação aguda grave ou um efeito crônico como o câncer. 

A principal via de entrada destes compostos no organismo é a via respiratória, mas a contaminação pela pele também pode se revelar importante. Os solventes orgânicos são compostos de larga utilização na indústria para a dissolução de várias substâncias. 

Os efeitos de uma exposição a tintas que são á base de solventes orgânicos caracterizam-se, fundamentalmente, por uma ação depressora do sistema nervoso central, ação irritante da pele e mucosas, lesão hepática e renal. 

A sintomatologia da intoxicação aguda é reconhecida, desde o século passado, e estão descritos os seus efeitos anestésicos – sonolência e entorpecimento, vertigens e tonturas, perda do poder de concentração e mesmo inconsciência. 

A exposição a concentrações inferiores ao limiar da intoxicação aguda pode dar origem a alterações do comportamento e psicomotoras com manifestações de fadiga, cefaleias, perda de memória e de atenção, e por vezes irritação das vias respiratórias superiores. Estas manifestações são reversíveis se a exposição cessar. 

Em 1984, a Organização Mundial de Saúde (OMS), com base em dados disponíveis, considera a possibilidade de uma exposição crónica a solventes orgânicos ter efeitos neurotóxicos e divide as alterações neuropsiquiátricas em três grupos de gravidade crescente.

Recentemente, a exposição a solventes tem sido considerada como um contributo para o desenvolvimento de surdez. Os resultados de alguns estudos desenvolvidos nos últimos anos, principalmente na Finlândia, apontam para que a exposição crônica a solventes orgânicos tenha também efeitos nocivos na fertilidade feminina e masculina. 

O estudo da incidência de cancro e da mortalidade por essa causa no grupo de expostos a solventes orgânicos tem também sido objeto de alguns trabalhos; os seus resultados apontam para um risco acrescido de cancro do sistema hematopoiético e do útero. 

Para o manuseio com segurança de tintas e solventes deve-se dar atenção á ventilação do ambiente e utilizar equipamentos de segurança individual como máscaras, luvas e roupas adequadas. 

Deivid Mazzi 
Graduando em Engenharia Biotecnológica

Bibliografia 

AVALIAÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS EM INDÚSTRIA DE TINTAS. Disponível em: <http://www.abrafati.com.br/bnews3/images/multimidia/Documentos/06_S%C3%A9rgio%20Graff%20%20Avaliacao%20de%20agentes%20quimicos%20em%20industria%20de%20tintas.pdf> Acesso em: 06 out. 2012 

PINTO,R. Toxicicidade dos solventes no homem. Disponível em: < http://negocios.ma iadigital.pt/hst/sector_actividade/quimica/riscosmedprevqui/riscossolventes> Acesso em: 06 out. 2012

Droga melhora movimentos em camundongos que sofreram lesões na medula

Placas amiloides bloqueiam e matam neurônios do cérebro em pacientes com Alzheimer.Até hoje, pouco pode ser feito após um trauma na medula espinhal, o grande feixe de nervos que liga o cérebro ao resto do corpo.O tratamento atual é a metilprednisolona que precisa ser dada no máximo até oito horas após a lesão. Ela inibe que a inflamação causada pelo trauma afete totalmente a parte motora e a sensibilidade do paciente, porém poucas vezes foi notificado um sucesso.

O trauma na medula causa a perda de movimentos nos membros, como pernas e braços, e outros fatores como falta do controle sobre a bexiga e o intestino.Por isso, um remédio que possa restaurar essas funções, mesmo que não traga os movimentos de volta, já seria uma extremamente satisfatório.

Sung Ok Yoon, professora associada de bioquímica molecular e celular na Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, anunciou um dos mais promissores medicamentos dos últimos tempos, desenvolvido em conjunto com Frank Lugo, professor de neurologia e ciências neurológicas na Universidade de Stanford. Porém esses estudos foram feitos apenas em camundongos e estão distantes da aplicação em humanos.

O remédio experimental, tomado por via oral, se chama LM11A-31 e foi capaz de melhorar o movimento dos membros nos roedores que tomaram as maiores doses da substância, 100 miligramas por quilo de peso corporal — alguns receberam doses de 10 ou 25 miligramas. Os camundongos nos quais foram administrados a mais alta dose conseguiram dar passos bem coordenados e também foram bem nos testes nadando. Os que receberam doses mais baixas tiveram dificuldades em ambas as tarefas.

A boa notícia é que o medicamento não aumentou a dor entre as cobaias, demonstrou não ter efeitos tóxicos e pode ser tomado fora das 8 horas da metilprednisolona.

A droga alarmou os pesquisadores por inibir a ação de uma proteína chamada p75. Quando uma lesão na medula acontece, essa proteína destrói os oligodendrócitos, células que produzem a mielina, um espécie de protetora dos axônios, filamentos que conduzem os sinais químicos e elétricos das células cerebrais.

Nos animais do grupo placebo, que não receberam o medicamento, houve uma perda significativa de 75% dos axônios com mielina na área da lesão, atrapalhando a transmissão de informações do cérebro para o restante do organismo.No grupo que recebeu doses de 100 miligramas os axônios com mielina alcançaram mais da metade dos níveis normais. E isso foi correlacionado com um aumento de 50% de oligodendrócitos sobreviventes comparados aos do grupo Placebo.

O médico não acredita, porém, que a droga possa servir no futuro para recuperar o movimento dos pacientes. "Apesar de ser um grande avanço no laboratório, no momento estamos longe de pensar que uma medicação desse tipo possa devolver os movimentos depois do trauma.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Curiosidades: a produção de mel



Para estarem de acordo com a lei sanitária, as indústrias alimentícias investem cada vez mais nos cuidados na produção de alimentos, se adequando às exigências dos consumidores. Mas existe um exemplo desse tipo de prática bem mais simples do que o que acontece nas grandes empresas: as abelhas.
               
Para produzir mel, as abelhas precisam de néctar. O néctar é um liquido presente nas flores e que é responsável pelo perfume das mesmas. As abelhas campeiras colhem esse néctar e o armazenam em seus estômagos. Assim que chegam à colméia, essas abelhas regurgitam o néctar, passando-o para as operárias. O trabalho então é eliminar boa parte da água presente no néctar, através da evaporação, e para isso as abelhas engolem e regurgitam o néctar várias vezes, alem de agitar as asas sobre os favos, até o liquido ficar espesso, contendo apenas 20% de água.
                 
O mel é um excelente alimento para as abelhas, pois contém muito açúcar e, dessa maneira, fornece muitas calorias, além de algumas de suas propriedades o tornarem extremamente resistente a bactérias, devido a enzima glicose oxidase, que ajuda a matar germes, ao seu pH levemente ácido e a sua capacidade de absorver umidade do ambiente, causando a plasmólise de bactérias.
                
Para manter essas características e todas as qualidades do mel, as abelhas têm um grande cuidado com os favos, controlando a temperatura da colméia, preocupando-se em circular o ar e respingar água no seu alimento quando necessário. Além disso, as abelhas sempre deixam a colméia para fazer suas necessidades, não defecando no lugar onde vivem.
                 
Apesar de os alimentos consumidos pelos humanos, inclusive o mel, requererem uma enorme quantidade de análises para comprovar sua qualidade, é intrigante perceber que isso, em menor escala, também é importante para outros seres vivos. Todo esse cuidado das abelhas com o mel mostra a importância de mantê-lo em suas condições ideais para cumprir seu papel de sustentar a colméia.

 
Você conhece o projeto "Análise do Mel" da BiotecJr? Clique aqui para saber mais.


domingo, 20 de janeiro de 2013

Diário de um Engenheiro: Descarte de Embalagens de Agrotóxicos

Atualmente o mercado de agrotóxicos movimenta bilhões de dólares no mundo todo. Porém a intoxicação por agrotóxicos é um quadro grave muitas vezes podendo resultar em morte. Segundo o SINITOX (Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas) só no ano de 2010 houve 1175 casos de intoxicação no Estado de São Paulo por agrotóxicos de uso agrícola, valor equivalente a 4,5% do total de casos de intoxicação do Estado, sendo que 8 casos resultaram em morte, somando 15,69% dos casos de morte por intoxicação do estado. Isso sem contar que no Estado de São Paulo muitos casos de intoxicação não são notificados. 

Além da intoxicação pelos resíduos deixados pelo uso dos agrotóxicos existe também a possibilidade de resíduos deixados pelo mau descarte das embalagens estas que contém restos de agrotóxicos e solventes que configuram um risco para a população e para o meio-ambiente. 


Como deve proceder então o descarte das embalagens? 

O processo começa com o usuário do agrotóxico, ele deve prepara-las para serem devolvidas nas unidades de recebimento. As embalagens rígidas laváveis (plásticas, metálicas e de vidro) devem ser lavadas pela tríplice lavagem onde a embalagem deve ser completamente esvaziada no pulverizador, deve-se então adicionar água até ¼ do volume total, fechar a embalagem e sacudir por 30 segundos e depois esvaziar no pulverizador, esse processo deve ser repetido 3 vezes e no final a embalagem deve ser inutilizada perfurando-se o fundo. 

As embalagens não laváveis são aquelas que são flexíveis. Também podem ser rígidas, mas não utilizam água como veiculo de vaporização. As embalagens rígidas devem ser mantidas intactas e devidamente tampadas e armazenadas, já as flexíveis devem ser colocadas dentro de sacos plásticos. 

O armazenamento não deve passar de 1 ano da data de compra e as embalagens devem ser devolvidas nos pontos de coleta. Existem centros de coleta no Estado de São Paulo e estes estão localizados em: Guariba; Ituverava; Paraguaçu Paulista; Taquarivaí; Valinhos. 


O que fazer com as sobras da aplicação dos agrotóxicos? 

O uso deve ser calculado para que não haja grandes sobras no final da aplicação, mas caso haja o produto deve ser diluído em água e distribuído em volta da área tratada, nunca se deve jogar na área tratada, pois pode causa fitotoxicidade e o descarte jamais deve ser feito em rios, lagos ou qualquer outro lugar com água.

Henrique Kiyoshi Oshiquiri
Graduando do curso de Engenharia Biotecnológica

Referências bibliográficas

PAIVA, G. R. B. Resíduos Sólidos de Agrotóxicos em Presidente Prudente. UNESP. Presidente Prudente. 2007.

SINITOX, Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas.

STOPPELLI, I. M. B. S.; MAGALHÃES, C. P. Saúde e segurança alimentar: a questão dos agrotóxicos. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, p. 91-100, 2005.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Alquimia Biológica


Em muitos casos de doenças, o agente causador modifica o corpo do hospedeiro de acordo com suas necessidades para um melhor crescimento e adaptação. Isso foi observado no caso da Hanseníase por pesquisadores britânicos que notaram a uma transformação passo a passo na qual uma bactéria causadora  transformou neurônios em células-tronco e musculares, atendendo assim melhor suas necessidades. Estudo, publicado na revista científica Cell deito por cientistas de Edimburgo, na Escócia.
Essas transformações são conhecidas por "alquimias biológicas" e já tinham sido feitas em laboratório, transformando células da pele em células-tronco, que têm o poder de se transformar em qualquer outra parte do corpo, como células do coração ou cérebro.
Os pesquisadores esperam que as descobertas possam aumentar o conhecimento sobre a hanseníase e leve a novos caminhos de desenvolvimento de células-tronco, área que vem em crescimento exponencial nos últimos anos.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Diário de um Engenheiro: Potenciais Riscos à Saúde por Poluentes de Ambientes Aquáticos

É comum ao menos uma vez ao ano ouvir alguma notícia sobre o vazamento de petróleo do reservatório de algum navio, em algum lugar. Logo essa notícia é esquecida e então, somente lembrada alguns dias depois quando o novo assunto é o tratamento ou a dimensão daquela mancha de petróleo ou alguns de seus impactos ambientais. 

Contrariando o volume de notícias nesse sentido, o petróleo não é o maior vilão da poluição das águas. Outros tipos de poluentes afetam direta ou indiretamente a qualidade de vida da população, inclusive em maior escala que os acidentes de transporte marítimo, contudo com menor visibilidade. De acordo com o Greenpeace, os poluentes provenientes da terra representam 44 por cento dos poluentes que penetram no mar, as fontes atmosféricas responsáveis por aproximadamente 33 por cento e o transporte marítimo responsável por apenas cerca de 12 por cento. Dentre os poluentes dos mares estão os esgotos domésticos, as descargas industriais, o escoamento de superfície urbano e industrial, os derrames, as explosões, as operações de descarga no mar, a exploração mineira, os nutrientes e pesticidas da agricultura, as fontes de calor desperdiçadas e as descargas radioativas. 

Esses poluentes englobam várias substâncias sendo algumas delas os agrotóxicos, os metais pesados, compostos radioativos, esgoto, hormônios, fármacos, etc. Essas substâncias podem causar diversos efeitos como se acumular nos tecidos dos animais marítimos, causar mutações, atrapalhar a reprodução e causar doenças. Isso pode, do ponto de vista ecológico prejudicar os ecossistemas afetando diretamente a qualidade de vida da fauna e flora local locais prejudicando suas inter-relações. De um ponto de vista econômico fica prejudicada a exploração dos recursos oferecidos por aquele local, seja a pesca ou o lazer. Além dos danos ecológicos e econômicos causados fica cada vez mais evidente que estes danos também alcançam os seres humanos, por exemplo, as populações dependentes de recursos marítimos acabam se contaminando. Mais de 40% de população mundial vive ao longo da costa, sendo dependentes do oceano para a alimentação, recreação e sustento. Fica claro que uma grande parcela da população mundial corre um risco verdadeiro de ser atingida pelas diversas ações dos poluentes. 

Isso pode ser evidenciado, em menor escala, por um estudo publicado no ano 2000 para avaliar a concentração anormal de chumbo no cabelo de pessoas de comunidades ribeirinhas do rio Tapajós no Pará, próximas a zonas de garimpagem, e que tem como a principal fonte de alimentação os peixes deste rio (que tem uma concentração comprovadamente alta de chumbo). Ficou evidenciado que nessas comunidades havia concentração acima do limite de tolerância biológica. 

Apesar de não depender diretamente dos recursos oceânicos o restante da população mundial também pode ser afetado por esse tipo de poluição através do consumo de carne, leite e outros derivados animais. Alguns tipos de peixes são transformados em farinha de peixe e óleos de peixe, e são destinados à alimentação de animal. De acordo com as características lipossolúveis de algumas substâncias, estas tendem a ser retidas em óleos e gorduras, e, portanto nestes alimentos animais. Se esses peixes estiverem contaminados, há grandes chances de essa contaminação persistir nos animais que são alimentados com os produtos feitos a partir do peixe. Assim, estes animais acabam se tornando intermediários entre as substâncias lançadas ao mar e o homem. Uma vez que esses contaminantes entram em contato e se acumulam no ser humano pode haver danos à saúde com sintomas variando de acordo com o tipo de contaminante. Podem acontecer mutações, desvio de rotas metabólicas, mudanças hormonais, tudo culminando em diferentes danos ao organismo. 

Um exemplo de substância danosa são os agrotóxicos organofosforados e os carbamatos, largamente utilizados, que possuem característica de inibidor da enzima acetilcolinesterase no sistema nervoso, sendo atuantes tanto nos seus alvos, os insetos, quanto em mamíferos, no caso do ser humano. 

Assim fica evidente que há uma excessiva contaminação das águas doces e marítimas, e que é subestimada pela maioria da população tanto em sua dimensão quanto em seu potencial de atingir o ser humano de forma negativa. É necessário maior empenho por parte dos governos na redução do lançamento dessas substâncias nos rios e oceanos, tanto através de multas quanto de educação ambiental, ou tratamento prévio destes resíduos de forma a diminuir seus efeitos nocivos. 

Tulio Gustavo Biazotto Rodrigues
Engenharia Biotecnológica, 4º ano

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Entrevista com Camila Betterelli Giuliano

A aluna de Engenharia Biotecnológica da UNESP, Camila B. Giuliano, de 22 anos, conta sobre sua experiência na presidência da Biotec Júnior e nos Estados Unidos, pelo programa Ciência sem Fronteiras.


Camila Betterelli Giuliano irá cursar o 5º ano de Engenharia Biotecnológica na UNESP Assis, foi presidente da Biotec Júnior em 2011 e bolsista do programa ciências sem fronteiras em 2012, programa pelo qual foi aos Estados Unidos estudar na Boston University e estagiar em Harvard.





Biotec Jr.: Por que você escolheu cursar engenharia biotecnológica na UNESP Assis?

Camila: Porque eu sempre gostei muito de biologia, mas nunca achei que um curso de biológicas iria me motivar o bastante. Além disso, eu sempre tive certa facilidade com exatas, mas sempre achei cursos só de exatas muito pesados. Então, quando descobri o curso de Engenharia Biotecnológica, achei que era a mistura perfeita.

BJ.: Quais são as funções de uma empresa júnior?

C.: Uma empresa júnior tem como principal função, do ponto de vista dos membros, por em prática o que foi aprendido em aula e deixar o membro mais próximo do que seria o mercado de trabalho pós-formado.
Do ponto de vista da comunidade acadêmica, é uma forma de devolver para a comunidade os impostos investidos na universidade, como forma de serviços de qualidade com baixo custo.

BJ.: Por que você escolheu entrar na Biotec Júnior?

C.: Porque as empresas seniores gostam de pessoas que tem noção de uma corporação, mas não tem os vícios de uma empresa grande ainda. Então, eles vão ter mais facilidade de treinar esse tipo de pessoa e empresas sempre valorizam pessoas que fizeram mais do que apenas passar pela faculdade. Atividades extracurriculares mostram pró-atividade e atitude, qualidades bastante procuradas hoje.

BJ.: O que atuar na empresa júnior te agregou na carreira acadêmica e profissional?

C.: Trabalhar em equipe é sempre algo que necessita ser exercitado, pois a parte mais difícil, seja em qualquer área da vida, é lidar com pessoas. A posição de liderança que eu assumi na empresa me ensinou muito sobre isso, além de noções de gestão. Outra coisa que a empresa me mostrou e eu confirmei depois, fazendo estágio em laboratório, é que eu gosto muito mais dessa parte, de gerência e administração, do que da pesquisa em si. Então, meu contato com a empresa pode ter um grande impacto nas minhas decisões depois de formada.

BJ.: O que a Biotec Júnior representa para você?

C.: Eu tenho muito carinho pela empresa. Nas duas gestões que passei nela, aprendi muito e lidei com pessoas maravilhosas.

Confira, semana que vem, a segunda parte dessa entrevista, em que Camila conta sobre sua jornada de intercâmbio na Boston University e em Harvard!

Entrevistas


Bem vindo às
Entrevistas

A seção “Entrevistas” do Descomplicando a Biotec é uma oportunidade para que se possa conhecer mais sobre o curso Engenharia Biotecnológica, as opções extracurriculares que esse curso oferece, as áreas de atuação de um Engenheiro Biotecnólogo e a nossa Empresa Júnior.

Serão postadas entrevistas com alunos do curso de Engenharia Biotecnológica na UNESP Assis, ou que já se formaram, e que tiveram algum desempenho destacável e com professores que ministram disciplinas desse curso, abordando diversos temas determinantes para uma trajetória de sucesso para quem pretende seguir essa carreira.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Plástico de cana-de-açúcar degrada-se no meio ambiente em um ano, graças à ação das bactérias usadas em sua produção

Até 2015 deverá entrar em operação a primeira fábrica do Brasil de plástico biodegradável feito a partir de cana-de-açúcar. O empreendimento é um desdobramento de um projeto financiado pelo Programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da FAPESP, entre 2001 e 2004.

Batizado com o nome comercial de Biocycle, o plástico pode ser usado na fabricação de peças rígidas como painéis de carros, materiais esportivos, brinquedos e objetos descartáveis como barbeadores e escovas de dentes, além de canetas, réguas e cartões. Uma das vantagens desse produto é que ele se degrada no ambiente em um ano, enquanto os plásticos comuns podem durar até 200 anos.

Na verdade, trata-se do polihidroxibutirato que é um biopolímero da família dos polihidroxialcanoatos (PHA), que são um dos resultados do metabolismo natural de várias espécies de bactérias. Seu processo de produção começa no cultivo de bactérias da espécie Alcaligenes eutrophus em biorreatores, nos quais elas são alimentadas com açúcares de cana, principalmente sacarose. Em seu metabolismo, os micro-organismos ingerem os açúcares e os transformam em grânulos (bolinhas milimétricas) intracelulares que são, na verdade, poliésteres.

Em 1996, as primeiras quantidades produzidas começaram a ser enviadas a vários institutos de pesquisa e empresas, tanto no Brasil como na Europa, Estados Unidos e Japão. O objetivo era avaliar as propriedades do produto e possíveis aplicações. A partir desse ponto do desenvolvimento e em função dos resultados dos testes e aplicações dos institutos de pesquisa e empresas, vários ajustes foram feitos na fábrica-piloto. Em 2000, ela foi remodelada e adequada e sua capacidade de produção passou a ser de 50 toneladas por ano.

Suplemento mineral pode ajudar a combater anemia

Um suplemento mineral produzido a partir de matérias-primas de alta disponibilidade e baixo custo poderá contribuir, em 5 anos, para que sejam supridas as necessidades de ferro de quem carece desse nutriente.

O potencial deste novo produto é uma das possíveis aplicações de um projeto de pesquisa recém concluído por Maria Teresa Bertoldo Pacheco e sua equipe do Centro de Química de Alimentos e Nutrição Aplicada do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), com apoio da FAPESP.

"Testamos duas matérias primas abundantes e baratas: o soro de leite e as leveduras de cana-de-açúcar (Saccharomyces cerevisae)", disse Pacheco. Segundo ela, proteínas proteínas provenientes das duas fontes foram clivadas (ou 'cortadas') e os peptídeos (fragmentos de proteínas) resultantes passaram por ultrafiltragem para obtenção de frações muito pequenas, que foram utilizadas na reação de quelação com o ferro, na forma de sulfato ferroso (FeSO4).

Essa reação consiste em ligar o íon ferro a mais de um radical do peptídeo e, para o produto resultante ser ideal como suplemento alimentar, a quelação do ferro deve ser forte, mas não demais. "Deve ser forte o suficiente, para garantir a estabilidade do composto durante sua passagem pelo trato digestivo, caracterizado pelo pH ácido do estômago; mas não tão forte, de modo que a molécula seja capaz de liberar o ferro ao chegar aos enterócitos da membrana intestinal, possibilitando sua absorção", disse.

Essa preocupação existe pois muitos alimentos ricos em ferro acabam sendo de pouca utilidade para o ser humano, uma vez que a biodisponibilidade do nutriente é baixa. "De modo geral, a absorção é muito pequena, pois, devido ao potencial oxidativo e tóxico do ferro, o organismo possui mecanismos naturais de defesa, para limitar sua assimilação", disse Pacheco.

Segundo a pesquisadora do Ital, os resultados obtidos com as proteínas hidrolisadas do soro do leite foram muito favoráveis. Já os hidrolisados de proteína de levedura apresentaram menos capacidade de quelação ao ferro. "Isso se deve provavelmente ao fato de essas proteínas serem materiais de menor pureza, contaminados com polissacarídeos provenientes da parede celular", disse.

Constatado o potencial do soro de leite, o próximo passo é testar a biodisponibilidade do material com células conhecidas como CACO 2, que simulam o comportamento fisiológico e metabólico da borda intestinal humana e, em seguida, com modelos animais.

"Se chegarmos a um peptídeo com alta biodisponibilidade, poderemos até sintetizá-lo a partir dos aminoácidos componentes", afirmou Pacheco.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Curiosidades: Crianças geneticamente projetadas "Os super bebês!"



Com os incríveis avanços no mapeamento de genomas e na engenharia genética, já é possível modificar a composição genética de plantas e animais, mas você já pensou na possibilidade de projetar geneticamente os bebês? Para isso, os cientistas precisam ainda desvendar todo o genoma humano, identificando quais genes culminam em dadas características e, a partir disso, manipulá-los nos embriões. Mas essa realidade não é tão distante.


Existe, atualmente, a pré-filtragem genética, utilizada durante a fertilização in vitro para selecionar aqueles embriões que não apresentam desordens genéticas, diminuindo as chances de que estas sejam herdadas, mas as possibilidades da engenharia genética vão muito além.

No interior das células de todos os seres vivos existem moléculas, de DNA e/ou RNA, capazes de armazenar e transmitir o material genético do organismo, composto de uma seqüência de genes. Essas moléculas também são responsáveis pela tradução desse material genético, ou genoma, culminando na síntese de proteínas. São as proteínas que, exercendo suas funções hormonal, estrutural, energética, enzimática, que determinam as características de um organismo. Dessa maneira, quando existe uma modificação no genoma de um ser vivo, com a alteração dos seus genes, ocorrerá a síntese de diferentes proteínas e, assim, as características do ser também se modificam.

Alterações nos genes de animais são feitas há anos, de maneira que estes apresentem características favoráveis. Apesar de serem necessários mais alguns anos de pesquisa para que qualquer característica desejada possa ser adicionada a embriões humanos, pode-se enxergar a possibilidade de fazer uma criança sob medida através de técnicas inovadoras, como a terapia de gene germline, onde genes dos espermatozóides, óvulos ou embrião são manipulados em seu estágio inicial.

Assim, características como cor dos olhos, cabelo, altura poderiam ser escolhidas num banco de genes ou, mais importante que isso, seria possível eliminar as doenças genéticas e superar os limites humanos.