quinta-feira, 15 de novembro de 2012

É Viral - Vírus comedores de bactérias podem abastecer celulares




Em busca por fontes de energia ecológicas cientistas descobriram como retirar energia de seres vivos cada vez menores: primeiro milho, depois algas e agora bactérias. Menor ainda é o bacteriófago M13, vírus que infecta bactérias que engenheiros da University of California em Berkeley usaram para gerar eletricidade. Apesar de o dispositivo alimentado pelo vírus produzir apenas uma quantidade mínima de energia, poderá abrir o caminho para que celulares sejam carregados enquanto caminhamos.

O dispositivo depende de uma propriedade chamada piezoeletricidade, que pode traduzir a energia mecânica, por exemplo, de um tapinha, em energia elétrica. A maioria dos microfones de celulares são piezoelétricos e convertem a energia de ondas sonoras em eletricidade, transmitida e traduzida de volta em ondas sonoras no telefone receptor. O problema com esses dispositivos piezoelétricos, explica o bioengenheiro de Berkeley Seung-Wuk Lee, é que eles são feitos de metais pesados como chumbo e cádmio.

Lee e seus colegas descobriram que o M13, que tem forma de lápis, preenche todos os requisitos. Como o vírus só infecta bactérias, é seguro para humanos, além de ser barato e fácil de criar: cientistas podem conseguir trilhões de vírus de um único frasco de bactérias infectadas. O formato do vírus também é importante porque o M13 pode facilmente acomodados em folhas finas. Para melhorar a capacidade de geração de energia do M13 a equipe de Lee modificou o conteúdo de aminoácidos de sua camada de proteínas externa adicionando quatro moléculas de glutamato negativamente carregadas. Os pesquisadores empilharam camadas de vírus para amplificar o efeito piezoelétrico.

Quando os cientistas afixaram esse filme virótico de 1 centímentro quadrado a um par de eletrodos de ouro e pressionaram firmemente um deles o filme produziu eletricidade suficiente para iluminar uma tela de cristal liquido com o número 1. Apesar de ter gerado apenas uma pequena quantidade de energia – 400 milivolts, ou um quarto da energia de uma bateria AAA – biomateriais piezoelétricos são viáveis, aponta Lee.
 

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