domingo, 4 de novembro de 2012

As bactérias que se cuidem!


Quando alguma bactéria Patógena invade o corpo humano ou de outros mamíferos, isso causa uma série de respostas imunológicas pelo corpo. Uma dessas respostas é um mecanismo pelo qual o nosso  corpo produz peróxido orgânico, substância que causa estresse oxidativo na bactéria, comprometendo sua reprodução podendo até leva-la à morte.


No entanto, é de conhecimento global que, as bactérias também possuem sua maneira de se defender de nossas respostas imunológicas. E sabendo disso, cientistas da Universidade de São Paulo(USP) realizaram um pesquisa focando seus objetivos em torna esse processo de defesa das bactérias contra nosso peróxido orgânico, em algo nulo. Dessa forma, abriu-se o caminho para a descoberta de moléculas capazes de inibir o sistema de defesa bacteriano e dificultar o avanço da infecção.


A bactéria escolhida para a pesquisa foi a Chromobacterium violaceum, micro-organismo que afeta o fígado e a pele de indivíduos por estarem com um sistema imunológico comprometido. Assim, Luis Eduardo Soares Netto, supervisor do estudo de pós-doutorado de José Freire da Silva Neto, que deu origem ao artigo, justifica a escolha da bactéria: “A C. violaceum é uma bactéria oportunista. Pretendemos explorá-la como modelo para estudar patogenicidade porque ela já teve seu genoma sequenciado e é relativamente fácil manipulá-la geneticamente”


E ainda diz: “...Para se defender, o patógeno produz uma enzima antioxidante chamada Ohr. A produção dessa enzima, por sua vez, é regulada por outra proteína – que atua como fator de transcrição – chamada OhrR”.


Quando questionado de como driblar a defesa bacteriana, Netto disse: "Agora que sabemos como a bactéria se defende, podemos pensar em meios para driblar esse mecanismo. Uma possibilidade seria inibir a produção da enzima Ohr. Outra seria ativar a produção de OhrR, para anular o sistema antioxidante”. Isso porque a proteína OhrR está ligado ao gene responsável pela produção da enzima Ohr, mas quando entra e contato com o peróxido orgânico o OhrR se oxida e se desliga do DNA culminando na produção da enzima antioxidante Ohr.


O primeiro passo, segundo o pesquisador, seria demonstrar experimentalmente em camundongos que essas manobras genéticas realmente tornariam mais fácil para o organismo hospedeiro combater a bactéria.


Os testes ainda estão sendo padronizados, mas a ideia é silenciar os genes da Ohr e da OhrR na C. violaceum e avaliar se isso altera sua capacidade de infectar os animais. E Embora ainda em fase preliminar, os estudos abrem caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos. “Hoje já se sabe que muitos antibióticos têm como mecanismo de ação a geração de estresse oxidativo nas bactérias. Essa questão está ganhando força”, disse.


Leia mais em: Estadão

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