segunda-feira, 30 de abril de 2012

Transístor Bioeletrônico é Fabricado com Clara de Ovo

A eletrônica orgânica está se desenvolvendo muito com uma promessa de dispositivos finos, flexíveis, ambientalmente corretos e mais baratos.

Na verdade, é grande a chance de que seu telefone celular tenha uma tela feita de LEDs orgânicos, ou OLEDs.

O termo "orgânico" se refere ao fato de que esses novos componentes são fabricados com elementos à base de carbono, geralmente polímeros.

Mas Jer-Wei Chang seus colegas da Universidade Nacional Cheng Kung, em Taiwan, demonstraram que a eletrônica orgânica pode ser muito mais orgânica do que se supunha - ela pode se tornar uma bioeletrônica.

A equipe criou transistores (utilizados principalmente como amplificadores e interruptores de sinais elétricos) totalmente funcionais usando como elemento dielétrico a clara de ovo, diretamente aplicada no processo produtivo, sem nenhum tratamento a não ser o aquecimento - ou seja, eles usaram clara de ovo frita.

Biomateriais já são utilizados como semicondutores e como dielétricos, mas são materiais sintetizados, obtidos por meio de processos em múltiplas etapas.

"A clara de ovo parece ser o material ideal para a eletrônica orgânica, uma vez que ela é fácil de processar, largamente disponível e de baixo custo," escrevem os pesquisadores.

"O calor transforma a clara de ovo de líquido em um sólido insolúvel, conforme suas proteínas sofrem uma desnaturação irreversível, quebrando suas cadeias lineares para formar redes," explicam eles.


Transístor bioeletrônico é fabricado com clara de ovo
A clara de ovo foi diretamente aplicada no processo produtivo, sem nenhum tratamento a não ser o aquecimento. Como material semicondutor foi usado pentaceno ou carbono-60. O transístor de efeito de campo bioeletrônico - um BioFET - foi construído depositando a albumina seca sobre óxido de índio titânio e, a seguir, colocando os eletrodos.




sábado, 28 de abril de 2012

Declínio mental pode ser retardado com a alimentação correta


Estudos americanos afirmaram na última quinta-feira (26) que mulheres que consomem grande quantidade de morangos e blueberries (mirtilo) sofrem, com o avançar da idade, um declínio mental mais lento, comparado com mulheres que consomem poucos alimentos com flavonóides.

Uma pesquisa realizada com 16 mil mulheres, que responderam questionários regulares sobre seus hábitos alimentares de 1976 a 2001, mostrou que as que comiam mais frutas ricas em flavonóides atrasaram o declínio cognitivo em até 2,5 anos. De acordo com os Anais de Neurologia, a cada dois anos, de 1995 a 2001, os pesquisadores mensuravam as funções mentais de pessoas com mais de 70 anos.


"Nossas descobertas têm implicações significantes para a saúde pública, já que aumentar a ingestão de frutas vermelhas é uma modificação bastante simples para testar a proteção da cognição em adultos mais velhos", afirmou Elizabeth Devore, médica do Hospital Brigham and Women e da Escola de Medicina de Harvard em Boston, Massachusetts.

Flavonóides são encontrados em frutas cítricas, vinho tinto, chás, cebolas, açaí, cacau, barbatimão e maçãs, além das frutas vermelhas. Além de terem ação no retardamento do declínio mental, têm ação anti-hemorrágica, hormonal, anti-inflamatória, anti-alérgica e anti-câncer.

"O atual estudo mostra que mulheres que consumiram mais flavonóides, especialmente frutas vermelhas, tiveram um declínio cognitivo mais lento com o passar do tempo do que mulheres com menor ingestão", destaca Nancy Copperman, diretora de iniciativas de saúde pública do Sistema de Saúde Judaico de North Shore-Long Island, em Nova York. E conclui: "Aumentar nosso consumo de frutas e vegetais é uma das melhores formas de viver uma vida saudável".

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Lanterna portátil anti-bacteriana

Imagem e esquema do aparelho
Cientistas chineses e australianos criaram um aparelho capaz de eliminar bactérias da pele em instantes. Batizado de "lanterna de plasma", o equipamento, que é portátil e alimentado a bateria, gera um feixe de plasma frio que mata os microrganismos.
Segundo Kostya Ostrikov, criador do equipamento, a lanterna de plasma é ainda mais promissora por ser portátil e alimentada por só uma bateria de 12 Volts. 
Assim, além de poder ser usado no dia-a-dia de consultórios e hospitais, o aparelho terá grande aplicação em áreas de desastres naturais e para o atendimento de comunidades remotas.
Nos experimentos, a lanterna de plasma conseguiu inativar um espesso biofilme, formado por 17 camadas de uma das bactérias mais resistentes aos antibióticos e ao calor - a Enterococcus faecalis - em apenas cinco minutos.
Os resultados mostraram que a lanterna de plasma não inativou apenas a camada superficial de bactérias, mas penetrou profundamente no biofilme, matando até as bactérias das camadas inferiores.
Embora o mecanismo exato da ação antibacteriana do plasma - o quarto estado da matéria - seja praticamente desconhecido, acredita-se que a reação do plasma com o ar ambiente produza uma população de espécies reativas que são muito similares às encontradas em nosso sistema imunológico.

Leia a notícia completa aqui.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Brasil investe mais em produção de células-tronco

O Ministério da Saúde anunciou que irá investir 15 milhões de reais na pesquisa e produção em larga escala de células-tronco. Parte desse dinheiro irá ser utilizado para a construção de oito centros nacionais de terapia celular e o resto será aplicado na pesquisa, através de editais públicos.
Essa ação do governo tem como propósito a ampliação do uso de células-tronco em pacientes da rede pública de saúde. Outro propósito é fazer com que o país seja capaz de produzir quantidade suficiente dessas células para a necessidade do mesmo, fazendo com que diminua o uso do material importado, que é mais caro e demora mais tempo para chegar.
Os oitos centros que serão criados ajudariam a amenizar o trabalho dos três já existentes: Curitiba (PR), Ribeirão Preto (SP) e Salvador (BA). Além disso, um dos trabalhos mais avançados, o da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná, só está esperando a permissão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a produção em escala comercial de células-tronco.

Fonte: INFO Online

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cientistas fazem nascer cabelo humano em camundongo


Cientistas conseguiram fazer com que fios de cabelo humanos nascessem na pele de um camundongo sem pelos. Além de ser uma esperança para o tratamento da calvície, o resultado representa um avanço importante nas terapias com células-tronco.
Os pesquisadores conseguiram tal feito, pois ele criaram um folículo a partir de células-tronco obtidas da pele de humanos adultos. Depois disso, ocorreu um transplante destes folículos nas costas do camundongo, conectando-os com as fibras nervosas e musculares do animal, e os pelos nasceram normalmente.
Como o novo folículo funciona perfeitamente, o “ciclo capilar” é reestabelecido. Ou seja, mesmo se o cabelo cair por algum motivo, um novo pelo nascerá no mesmo lugar.
O estudo é, portanto, mais uma confirmação do potencial de aplicações que o tratamento de células-tronco tem para a substituição de órgãos no corpo. 


Saiba mais!!!

domingo, 22 de abril de 2012

Fungos brilhantes


Um resultado inesperado, porque são apenas 71 espécies de fungos bioluminescentes em meio a quase 100 mil descritas. E com parentesco muitas vezes distante, distribuídas em quatro linhagens que divergiram no início da evolução desse grupo. Sendo a emissão de brilho uma característica rara, seria de se esperar que cada um dos casos tivesse surgido de forma independente. “É uma questão interessante do ponto de vista evolutivo”.
Em termos químicos, foi um avanço recente provar que a bioluminescência dos fungos tem natureza enzimática, hipótese que andava desacreditada. Funciona, portanto, como o pisca-pisca dos vaga-lumes, por um sistema de luciferina e luciferase. Só que esses nomes são usados de maneira genérica: luciferina é qualquer substância que, quebrada por uma enzima específica, emite luz. Mas a luciferina dos insetos, por exemplo, é completamente diferente daquela dos fungos.
Para verificar se a substância é a mesma entre uma espécie e outra, emprega-se inicialmente, uma estratégia mais simples do que determinar a estrutura das moléculas. “Fazemos um extrato do fungo a frio, que contém a enzima, e outro a quente, onde fica o substrato”. Ao combinar o extrato frio e o quente num frasco, um aparelho especializado consegue medir a emissão de luz, mesmo que se misture – e essa foi a grande descoberta – a luciferina de uma espécie à luciferase de outra. “Todas as combinações entre fungos diferentes geraram luz”.
Exceto quando entraram na combinação três espécies não bioluminescentes, sugerindo que a luciferina e a luciferase típicas dos fungos luminosos não estão presentes nelas. Para entender melhor o mecanismo e sua evolução, o grupo agora trabalha em descobrir a estrutura das proteínas envolvidas, assim como os genes que indicam a sua produção.

sábado, 21 de abril de 2012

Brasil testa 1° coração artificial nacional


O 1° coração artificial totalmente desenvolvido no Brasil em breve começará a bater no peito de alguém. O hospital estadual Dante Pazzanese recebeu autorização para iniciar os testes em humanos. O novo dispositivo aumenta as chances dos pacientes em estado gravíssimo, que já não respondem bem à medicação, fazendo com que possam resistir até que apareça um doador compatível para o transplante. Cerca de 50% dos pacientes graves morrem na fila de espera pelo transplante.


O custo do coração importado é de aproximadamente R$500 mil, um preço proibitivo. O coração brasileiro custaria cerca de 15% desse valor, entre R$60 mil e R$100 mil.

A primeira etapa testará a segurança do dispositivo, que apresenta bons resultados em animais desde 2004.

A funcionalidade: o coração artificial auxiliará o órgão natural, funcionando como um ou dois dos ventrículos do coração, partes responsáveis do coração pelo bombeamento do sangue para os pulmões, no caso do ventrículo direito, e para o resto do corpo, no caso do ventrículo esquerdo.

Segundo o doutor Aron José Pazin de Andrade, responsável pelo Centro de Bioengenharia do hospital e idealizador do dispositivo, uma vantagem de se manter o coração natural é que, caso haja algum problema com a máquina, o sangue continuará fluindo. E ainda é mais fácil controlar a pressão arterial.

Por questões de segurança e para agilizar a correção no caso de eventuais falhas, os dispositivos ficarão fora do corpo nessa primeira etapa do projeto. Nos testes com animais o coração artificial funcionou bem dentro do corpo também.

A equipe responsável avaliou a possibilidade e diz que, no futuro, o dispositivo poderá ser usado como forma auxiliar também em pacientes menos graves, até como forma de evitar o transplante.


A reportagem completa da Folha de São Paulo pode ser acessada clicando-se aqui.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Mini sensor magnético mede atividade no interior do cérebro humano


Cientistas do National Institute of Standards and Technology (NIST), nos Estados Unidos, desenvolveram um sensor magnético capaz de medir a atividade do cérebro humano.
O dispositivo tem potencial para aplicações biomédicas, tais como o estudo de processos mentais e para facilitar o entendimento de doenças neurológicas.
O sensor pode ser alimentado por baterias e poderá reduzir os custos de medições biomédicas não invasivas, como o monitoramento dos batimentos cardíacos fetais.
No novo trabalho, a equipe usou o sensor para medir as ondas alfa no cérebro associadas com o ato de uma pessoa abrir e fechar os olhos, bem como sinais resultantes da estimulação da mão.
As medições foram verificadas comparando os sinais gravados por um SQUID (dispositivo quântico supercondutor de interferência), considerado o "padrão ouro" para tais experimentos. O novo mini sensor é ligeiramente menos sensível, mas tem o potencial para um desempenho comparável ao oferecer vantagens em portabilidade, tamanho e custo.
Os resultados do estudo indicam o mini sensor pode ser útil na magnetoencefalografia (MEG), procedimento não invasivo que mede os campos magnéticos produzidos pela atividade elétrica no cérebro.
MEG é utilizada para a pesquisa básica sobre os processos perceptivos e cognitivos em indivíduos saudáveis, bem como triagem de percepção visual em recém-nascidos e mapeamento da atividade cerebral antes da cirurgia para remover tumores ou tratar a epilepsia.
"Estamos nos concentrando em criar sensores pequenos e de baixo custo. Ao desenvolver um sistema barato, podemos permitir que cada hospital tenha vários dispositivos para verificar a presença de lesões cerebrais traumáticas nos pacientes", afirma o coautor da pesquisa Svenja Knappe.

Fonte

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Câncer de mama reúne 10 diferentes tumores


O câncer de mama reúne dez subtipos de tumores diferentes entre si, descoberta que representa um grande avanço para os tratamentos personalizados contra a doença, dados resultantes de um pesquisa da Universidades de Cambridge e British Columbia que conseguiram identificar dez subtipos de câncer de mama, assim como algumas das diferenças genéticas e moleculares entre os mesmos.
"O câncer de mama não é só uma doença, mas dez doenças distintas, realmente diferentes entre si a partir do ponto de vista clínico e biológico, já que nelas intervêm diferentes genes. Isto representa uma perspectiva completamente nova de olhar o câncer", diz professor.
Os pesquisadores encontraram dezenas de genes envolvidos no câncer de mama desconhecidos até agora, o que poderia servir como novo caminho para o tratamento no futuro.A descoberta sobre estes genes e o das classes de tumores nas quais estão envolvidos servirá para elaborar tratamentos personalizados - consistentes em avaliar fatores como a informação genética, os antecedentes familiares e o histórico clínico do paciente - para cada tipo de câncer de mama.Entre os dez subtipos descobertos, um desconhecido até agora chama a atenção dos pesquisadores, já que todos os indícios apontam que o sistema imune seja capaz de reconhecer a presença da doença e tentar combatê-la.
"Surpreendentemente, neste caso observamos uma atividade interessante dos linfócitos, o que sugere que o sistema imune provavelmente reconhece estes tumores e reage contra eles. Se pudéssemos investigar por que nestes tumores o sistema imune é ativado, poderíamos tentar encontrar formas para estimular o sistema imunológico para combater outros tipos de câncer de mama", afirmou o pesquisador.
Em nível biológico, as pesquisas serão muito mais precisas, porque é "impossível" para uma só equipe abranger toda a tipologia, opinou o médico, cujo laboratório vai se centrar em uma e duas classes de tumores.Embora não descarta que exista algum tipo adicional além dos dez identificados, eles acreditam que estes são os principais e que, a partir de agora, os pesquisadores encontrarão as ramificações de cada um deles.
Para Mais: Clique Aqui!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Novo tratamento contra câncer causa menos efeitos colaterais


O câncer de próstata é o mais comum entre os homens. Convencionalmente, é tratado com radioterapia ou intervenção cirúrgica, que podem gerar efeitos colaterais.
Examinou-se a eficácia de um novo tratamento capaz de alcançar áreas medindo apenas alguns milímetros, conhecido como Ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU, sigla em inglês)
O novo tratamento consiste em utilizar ondas sonoras de alta frequência contra o câncer de próstata e pode ser uma alternativa viável à cirurgia e à radioterapia, reduzindo os riscos de efeitos colaterais. As ondas sonoras fazem com que o tecido vibre e esquente, matando as células cancerosas. "Nossos resultados são muito encorajadores", afirmou o doutor Hashim Ahmed, que chefiou o estudo.
Um teste de maior amplitude será realizado com a finalidade de determinar se o novo tratamento é tão eficaz quanto o padrão.










Bibliografia: terra.com.br











segunda-feira, 16 de abril de 2012

Café sem cafeína

Em dois momentos, Mazzafera, professor titular do Departamento de Biologia Vegetal do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), chegou a acreditar que havia alcançado seu objetivo. O primeiro foi em 2004, quando em parceria com Maria Bernadete Silvarolla, pesquisadora do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), descobriu algumas plantas originárias da Etiópia que, graças a mutações naturais, eram livres de cafeína.
Como as plantas eram da espécie Coffea arabica, considerada a de melhor sabor e maior valor comercial, a descoberta parecia promissora. Em publicado na Nature em 2004, o grupo descreveu que as variedades etíopes tinham uma alteração na etapa final do processo bioquímico que transforma a teobromina – substância diurética e levemente estimulante – em cafeína.
“Ficamos extasiados. Sabíamos que as plantas encontradas não eram muito produtivas, mas sendoC. arabica achávamos que seria fácil fazer cruzamentos e transmitir essa característica (a ausência de cafeína) para cultivares mais produtivos”, disse Mazzafera à Agência FAPESP.
Mas não foi tão simples assim, pois os cruzamentos faziam com que os descendentes recuperassem sua capacidade de sintetizar a cafeína.
A equipe do IAC ainda não perdeu a esperança e mantém a linha de pesquisa com coordenação de Silvarolla. Mazzafera decidiu tentar uma nova abordagem: tratar sementes de C. arabica – de uma variedade comercial conhecida como Catuaí Vermelho – com substâncias capazes de alterar o DNA da planta.
Em uma pesquisa financiada pela FAPESP, entre 2006 e 2008, quase 30 mil sementes foram expostas a dois agentes mutagênicos – azida sódica e metano sulfonato de etila –, na esperança de que o gene responsável pela síntese de cafeína fosse afetado em alguma delas.
Entre milhares de plantas analisadas, cinco mostraram ser boas candidatas e Mazzafera, mais uma vez, achou estar perto de alcançar a meta. “Fiquei empolgado, pois havia obtido uma variedade potencialmente muito produtiva, como o Catuaí, e sem cafeína.”
Mas durante os primeiros testes o pesquisador notou que as flores da planta mutante abriam antes da hora, deixando-a mais suscetível a receber pólen de variedades com teor normal de cafeína. “A polinização cruzada acaba restaurando o teor de cafeína. Para evitar isso, seria preciso isolar a plantação em um raio de 2 quilômetros, o que seria inviável”, contou.
A equipe sequenciou o gene da cafeína sintase na planta mutante e verificou que ele estava normal, mas tinha pouca expressão. “Provavelmente, atingimos um fator de transcrição, ou seja, um gene que controla a expressão do gene da cafeína sintase e também controla algum gene relacionado à abertura das flores”, explicou Mazzafera.
Alternativa transgênica
Há três anos, a equipe tenta corrigir o problema por meio de novos cruzamentos. Paralelamente, busca entender melhor o funcionamento do fator de transcrição afetado pelos mutagênicos.
“Temos dois bons candidatos. Vamos silenciar esses genes em uma planta normal para comprovar se, de fato, eles controlam tanto a síntese de cafeína como a abertura das flores. Uma segunda etapa seria fazer com que eles controlassem apenas a síntese de cafeína”, explicou Mazzafera.
Ainda que obtenham sucesso, os pesquisadores teriam de vencer o tabu relacionado ao consumo de alimentos transgênicos para transformar o resultado da pesquisa em um produto de valor comercial.
Grupos de outros países também tentaram, sem sucesso, desenvolver uma planta de café descafeinada por meio de engenharia genética, como apontou a reportagem da Nature. Como o mercado de descafeinados movimenta cerca de U$ 2 bilhões por ano, a busca dos cientistas não dá sinais de enfraquecimento, mesmo com os sucessivos reveses.
“Muitas pessoas não tomam café porque não querem sentir os efeitos estimulantes da cafeína e, ao mesmo tempo, acham o gosto do café artificialmente descafeinado ruim”, disse Mazzafera.
Isso ocorre porque os processos existentes atualmente para extrair a cafeína removem também outras substâncias do café, como os ácidos fenólicos e clorogênicos. E essas substâncias são importantes para garantir não somente o aroma e o sabor da bebida como também seu efeito antioxidante.
“Se conseguirmos criar uma variedade de café sem cafeína que mantenha as demais características do C. arabica, muito mais gente vai passar a tomar café”, opinou Mazzafera.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Combustível gerado a partir de esgoto

 Um professor da Universidade da Califórnia vem realizando uma pesquisa que desenvolve uma nova fonte de energia alternativa para movimentar carros e outros veículos. Tal pesquisa faz parte do National Fuel Cell Research Center, que é um centro que realiza pesquisa sobre diversos tipos de combustíveis.
Já foram instalados equipamentos que  demonstram este processo em Orange Country: o sistema funciona com biodigestores e bactérias que fazem a quebra dos resíduos sólidos, liberando gases, que vão ser usados para gerar energia e abastecer os carros.
O sistema ainda está em fase de testes e irá ser instalado em outras estações de tratamento de esgoto.



quinta-feira, 12 de abril de 2012

Sequenciar genoma não garante prevenção de doenças


O sequenciamento do genoma, cujo barateamento tornou o procedimento acessível para um grande número de pessoas, não permite, ao contrário do que se esperava, prever o risco de muitas doenças, segundo um estudo americano feito com gêmeos.


"Não acreditamos que os exames do genoma poderão substituir as atuais estratégias de prevenção", concluiu o médico Bert Vogelstein, professor de cancerologia da faculdade de medicina da Universidade John Hopkins, em Baltimore (Maryland, leste), um dos principais autores do estudo.



"Uma boa detecção, um diagnóstico precoce e estratégias de prevenção como não fumar e retirar cirurgicamente os tumores cancerosos no começo de seu desenvolvimento são as chaves para reduzir a mortalidade", insistiu.



Esta pesquisa, publicada na edição online da revista americana Science Transnational Medicine, foi apresentada esta segunda-feira na conferência anual da Associação Americana para a Pesquisa sobre o Câncer, celebrada em Chicago.



Para este estudo, os pesquisadores usaram dados provenientes de 53.600 gêmeos idênticos em Suécia, Finlândia, Dinamarca e Noruega, assim como o registro de gêmeos americanos da Segunda Guerra Mundial da Academia de Ciências.



Estes dados ofereciam, ainda, informação sobre 24 doenças que os gêmeos podiam sofrer, a frequência e se um ou os dois acabaram por desenvolver a enfermidade.



Uma vez que os gêmeos idênticos compartilham o mesmo genoma, os pesquisadores puderam determinar até que ponto os genes podem prever um risco maior de padecer de uma doença em particular.



Mas por compartilhar exatamente os mesmos genes, não necessariamente enfrentam os mesmos riscos de desenvolver estas doenças, mostrou o modelo matemático utilizado pelos cientistas.



O estudo concluiu que a maior parte dos gêmeos tinha o mesmo risco genético de ser afetados pela maior parte das 24 doenças que o restante da população.



As doenças estudadas na pesquisa foram diferentes tipos de câncer, doenças autoimunes, cardiovasculares, neurológicas e vinculadas à obesidade como a diabetes.



O estudo mostrou que o sequenciamento da totalidade do genoma poderia alertar a maioria dos indivíduos para o risco adquirido de desenvolver pelo menos uma doença, mas não funciona da mesma forma para a maioria das enfermidades mais complexas analisadas nesta pesquisa.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ciência da massagem


  Massagistas agora poderão dizer, com base científica, por que a atividade que exercem funciona no alívio da dor e na recuperação muscular. E isso tem a ver com ‘ligar’ e ‘desligar’ genes, segundo estudo.
  Parte dos profissionais de saúde vê a massagem com ceticismo – afinal, qual a base científica para os tais benefícios relatados? Porém, não faltam relatos sobre os benefícios e a eficácia da técnica em sua ação contra a dor.
  Agora, veio a público o que parece ser a primeira explicação científica em nível celular para a massagem. E a história das razões do estudo – relatada pelo serviço noticiosoScienceNow (01/02/12) – começa quando Mark Tarnopolsky, da Universidade McMaster (Canadá), passou a se submeter a massagens por indicação médica, depois de acidente esportivo.
  O fato de as sessões trazerem alívio para a dor chamou a atenção do pesquisador. Haveria base celular para o que ele sentia? Tanopolsky, coincidentemente, trabalha com metabolismo celular.
  O cientista reuniu colegas e decidiu investigar. Arrebanharam-se 11 jovens, submetidos a exercícios extenuantes. Dez minutos depois da prática esportiva (pedalar), uma das pernas foi submetida a massagem.
  Os pesquisadores colheram amostras do quadríceps (músculo da parte anterior da coxa) das duas pernas em três ocasiões: antes do exercício, 10 minutos depois e 3h mais tarde.
  Primeiramente, eles constataram o que já se sabia: depois do exercício, as células apresentam mais evidências de inflamação e de sinais de autorreparo dos danos do que antes.
  A surpresa veio quando se analisaram as células do tecido massageado: elas tinham 30% a mais de genes reparadores envolvidos no processo de transformar nutrientes em energia, bem como 300% menos de proteínas que ‘ligam’ genes envolvidos na inflamação.
  Simplificadamente: os genes reparadores estavam ‘ligados’ e os relacionados à inflamação ‘desligados’.
  Quanto à crença de que a massagem difunde, para outras regiões, o ácido lático domúsculo dolorido, a equipe não achou evidências – esse, até agora, era o argumento ‘científico’ mais usado para justificar os efeitos da massagem. O estudo foi publicado on-line na revista Science Translational Medicine.
Reportagem completa em: Ciência Hoje

terça-feira, 10 de abril de 2012

Novo plástico que 'sangra' se regenera sozinho

O Departamento de Defesa americano está financiando uma pesquisa do engenheiro de materiais Marek Urban, da Universidade do Sul do Mississippi em Hattiesburg, nos Estados Unidos. Ele está desenvolvendo plásticos que imitam a pele humana.

Como plásticos são polímeros (compostos baseados em longas cadeias de átomos de carbono enfileirados), quando ocorre um dano no material são os elos moleculares que se quebraram e mudaram de forma. A ideia do pesquisador é fazer com que o dano possa ser revertido através da reestruturação das pontes quebradas quando sob uma mudança ambiental previamente escolhida. A cima a imagem que representa como o processo aconteceria.

Outros modelos de plásticos que se regeneram estão sendo estudados, no entanto o modelo de Urban é o único que não precisaria ser mergulhado em algum composto para eliminar o dano.


Apesar de ainda estar no estágio da ciência básica, o material já se mostra um grande candidato a ser componente de aeronaves e armamentos.

Brancura Total


Um novo tipo de enzima para branqueamento de celulose, mais eficiente e barata e que não causa problemas ambientais, poderá chegar em breve ao mercado. Ela foi desenvolvida pela empresa Verdartis Desenvolvimento Biotecnológico, que se originou de um grupo de pesquisas da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. Entre as vantagens do novo produto estão a redução do volume de água usada no processamento da madeira para a obtenção da celulose e da quantidade de dióxido de cloro, o agente químico empregado no seu branqueamento. Além disso, a enzima pode ser personalizada, de acordo com as características e necessidade de cada indústria de papel. Para conseguir criá-la, a Verdartis contou com os recursos de cinco projetos financiados pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da FAPESP.


Sócio da empresa, Marcos Roberto Lourenzoni, formado no Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), da USP, explica que a celulose é composta de elementos fibrosos que são individualizados no processamento industrial da madeira e adquirem uma coloração marrom devido à presença de lignocompostos. Para tornar  essas fibras adequadas para a fabricação de papéis, o branqueamento é uma etapa fundamental em que são necessários compostos químicos  de custo alto e exigentes em cuidados específicos  durante o descarte na forma de efluentes industriais. Nesse processo, duas substâncias químicas remanescentes, a lignina e grupos chamados de urônicos, são responsáveis pelo consumo dos reagentes presentes nas fibras e que podem ser reduzidos com o emprego de enzimas.
O dióxido de cloro reage com a lignina, responsável pela coloração marrom, quebrando-a em moléculas menores, que são solúveis e extraídas no processo. Muito dessa lignina fica encapsulada pela polpa, o que exige maiores quantidades de dióxido de cloro e outros reagentes para acessá-la. “No caso das enzimas, elas são específicas para atuar na quebra do substrato e de outros componentes da celulose, como a lignina residual”, explica Lourenzoni. “Isso proporciona a criação de poros na polpa e possibilita que o dióxido de cloro acesse mais facilmente a lignina. Com isso, é necessária uma quantidade menor de químicos para alcançar o mesmo efeito. A vantagem é uma redução de custos.
Além  de reduzir os custos do branqueamento, as enzimas desenvolvidas pela Verdartis podem fazer o mesmo em relação ao gasto com a energia elétrica necessária para o refino da celulose. Nessa etapa, a celulose é diluída em água, passando por refinadores para provocar desfibrilamento de macrofibrilas consumindo energia elétrica em processo mecânico. A ação das enzimas quebra grupos de celulose, facilitando a ação de refino e, consequentemente, diminuindo o consumo de energia elétrica.
Enzimas são proteínas produzidas pelos organismos vivos que desempenham a função de catalisadores, ou seja, têm a propriedade de acelerar reações químicas. Para que possam ser usadas em um processo industrial, no entanto, elas têm de ser produzidas em grande quantidade, em pouco tempo e com características específicas e desejadas. Já existe no mercado uma série de enzimas para branqueamento de celulose. O problema é que elas são muito caras e liberam grande quantidade de material orgânico nos efluentes, que exige tratamento e mais aumento de custos.
É aí que entra a tecnologia desenvolvida pela Verdartis. Por meio de engenharia molecular (ou engenharia genética), a empresa produz, a partir de microrganismos como a bactéria Escherichia coli, catalisadores personalizados para cada processo industrial ou cada fábrica de seus clientes. “Ou seja, criamos a enzima para o processo em vez de modificar o processo para a enzima”, diz Lourenzoni. “Além disso, ela não solta resíduos na água, o que a torna mais eficiente no âmbito econômico e ambiental.”
Entre as técnicas usadas para isso, está a chamada evolução dirigida, também conhecida como biotecnologia evolutiva. De forma mais rápida que na natureza, ela reproduz em laboratório a evolução da biodiversidade natural por meio do mesmo mecanismo de seleção por adaptação ao ambiente. Na prática, a evolução dirigida mimetiza o que ocorre na natureza, ou seja, na evolução natural (mutação, recombinação e seleção natural). A diferença é que as propriedades que se deseja para as enzimas são predefinidas pelos cientistas.
Nessa técnica, mutações aleatórias são induzidas no DNA, dando origem a uma “biblioteca” de genes modificados, na qual cada um deles codifica um catalisador. “Nessa biblioteca há milhões de possibilidades ou combinações, dentre as quais algumas são boas soluções para expressar a característica que se está buscando para uma determinada enzima”, explica Lourenzoni. “Na prática, uma biblioteca com genes de enzimas selvagens é criada. Depois, cópias desses genes são inseridas em vetores de expressão, que são usados para transformar o microrganismo, no caso da Verdartis, aE. coli.”


Para mais, acesse Revista Fapesp Online.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Soja melhora sintoma de menopausa


Duas porções diárias de soja podem reduzir a frequência e intensidade de ondas de calor vivenciadas por mulheres durante a menopausa, concluiu o mais abrangente estudo já feito sobre o assunto.
Os resultados da pesquisa apontam para uma redução de até 26% no sintoma.
Pesquisadores da Universidade de Delaware, em Newark, Nova Jersey, Estados Unidos, analisaram 19 investigações prévias sobre o tema envolvendo um total de 1.200 mulheres.
Os resultados do trabalho foram publicados na revista científicaMenopause: The Journal of the North American Menopause Association.
Até o presente, pesquisas sobre o assunto tinham apresentado resultados contraditórios - algumas confirmando, outras negando os benefícios da soja para mulheres na menopausa.
Mas segundo a equipe americana, a discrepância se deve ao número pequeno de participantes em alguns dos estudos e também a problemas de metodologia.
"Quando combinamos todos (os estudos), concluímos que o efeito geral (da soja) ainda é positivo", disse Melissa Melby, professora de antropologia médica na University of Delaware, autora do estudo.
Resultados
Ao examinar o impacto de isoflavonas da soja (substâncias químicas que produzem um efeito semelhante ao do hormônio feminino estrogênio), Melby e seus colegas concluíram que ingerir ao menos 54 miligramas de isoflavonas da soja diariamente, por um período entre seis semanas e um ano, diminui a frequência das ondas de calor em 20,6% e a intensidade do sintoma em até 26% em comparação com o uso de um placebo.
Em estudos de duração mais longa, onde mulheres consumiram isoflavonas por 12 semanas ou mais, a diminuição na frequência das ondas de calor foi cerca de três vezes maior.
Suplementos com índices maiores de genistein (um dos dois principais tipos de isoflavonas) se revelaram mais efetivos na redução da frequência das ondas de calor.
Melby explicou que estes resultados são particularmente importantes porque o genistein é a principal isoflavona encontrada nos grãos da soja e em alimentos que contém soja.
Segundo ela, isso é um indicador de que "comer alimentos contendo soja, ou usar suplementos derivados de grãos inteiros de soja, pode funcionar melhor para mulheres".

Leia mais: UOL - Ciência
Já postado no Blog dBiotec: "Soja pode ajudar no combate à obesidade"

sábado, 7 de abril de 2012

Vírus da dengue pode tornar sangue humano mais atraente para mosquitos, diz estudo


  Uma pesquisa aponta que o vírus da dengue pode tornar os mosquitos ainda mais sedentos por sangue humano.
  Cientistas da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos EUA, descobriram que o vírus alteraria a produção de proteínas, codificadas por 147 genes diferentes do mosquito. Algumas dessas mudanças parecem ter tornado as antenas dos mosquitos mais sensíveis a odores, o que ampliaria a eficiência dos insetos em "caçar" humanos, o único hospedeiro mamífero do vírus. Outras alterações nos genes das glândulas salivares também tornariam mais fácil para o vírus entrar na saliva do mosquito e ficar pronto para ser injetado na corrente sanguínea quando o inseto pica uma pessoa.
  Os testes foram feitos com um chip de DNA. Pedacinhos do DNA do Aedes aegypti foram colocados em uma placa de vidro, onde os cientistas verificaram quais genes do mosquito estavam ativos. Mas, quando os pesquisadores tentaram replicar o resultado em mosquitos vivos, não conseguiram provar que os insetos estavam com mais fome.
  "Já que não podemos infectar humanos para nossos experimentos, achamos que é um problema com o modelo", diz George Dimopoulos, autor principal do novo estudo.
  No modelo do laboratório, mosquitos beberam sangue infectado de uma membrana e tiveram camundongos a disposição para picar. "Mosquitos se alimentam de outros animais se estiverem com fome, mas eles não são um de seus pratos favoritos", disse Dimopoulos.
  Quase 100 milhões de pessoas são infectados com dengue todos os anos. Cerca de 15 mil morrem por causa da doença anualmente, e a maioria são crianças, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. 

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