quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O sensor do coração


Uma enzima parece ser capaz de aumentar o tamanho do coração, a enzima chamada FAK (sigla de focal adhesion kinase ou quinase de adesão focal), que em alguns casos beneficia e em outros prejudica o organismo. Isso pode ser bom quando o efeito é transitório, como acontece com quem faz exercícios físicos frequentes, já que essa enzima prepara o coração para enviar oxigênio e nutrientes para os tecidos do corpo de modo ainda mais rápido. Mas esse efeito, se contínuo, pode enfraquecer o coração e reduzir sua capacidade de bombear sangue, como acontece em pessoas que apresentam hipertensão arterial crônica, e levar à insuficiência cardíaca, uma das principais causas de morte no país.

Por caminhos bioquímicos diferentes, a FAK mostrou-se necessária e suficiente para fazer o coração até dobrar de volume, em estudos realizados pelo cardiologista Kleber Gomes Franchini e suas equipes na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e no Laboratório Nacional de Biociências (LNBio). Dois trabalhos, publicados em outubro nas revistas científicas Nature Chemical Biology e Journal of Molecular and Cellular Cardiology, detalham os mecanismos de ação da FAK e confirmam essas conclusões.
Foi descoberto nestes estudos que a FAK faz as células musculares cardíacas, chamadas cardiomiócitos, aumentarem de tamanho. “Inicialmente, esse efeito resulta em aumento harmônico dos cardiomiócitos, que se contraem de forma mais eficiente, o que é considerada uma vantagem no processo de resposta do coração, principalmente nas pessoas com hipertensão ou outro problema”, diz Franchini. “No entanto, a ativação excessiva da FAK pode resultar em danos para os cardiomiócitos, levando inclusive à morte celular.”
Os pesquisadores verificaram que essa enzima pode também induzir a multiplicação de outro tipo de célula cardíaca, os fibroblastos, menores e mais numerosos que as musculares. De acordo com os estudos feitos até agora, os novos fibroblastos se instalam nos locais deixados por células musculares mortas. Assim, os fibroblastos formam fibras menos elásticas, que enrijecem o coração prejudicando seu funcionamento. Estes efeitos negativos da FAK, podem demorar décadas até serem notados.
Para mais, acesse a notícia completa na Pesquisa Fapesp Online.


Nenhum comentário:

Postar um comentário