quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Membranas com celulose e vidros estimulam a regeneração celular

Pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo, com abordagens inovadoras, biomateriais para aplicações nas áreas médica e odontológica que fazem ligações com o tecido celular e auxiliam na formação dos vasos sanguíneos e na rápida recuperação do osso. Um desses materiais bioativos é uma membrana feita a partir da celulose produzida por bactérias que traz em sua composição peptídeos (pedaços de proteínas) sintetizados em laboratório, capazes de estimular processos que melhoram a reparação óssea, além de elementos constituintes dos ossos como colágeno e hidroxiapatita. Em contato com os fluidos fisiológicos, os materiais classificados como bioativos, a exemplo de cerâmicas e vidros, são capazes não só de regenerar a camada perdida, mas também de fazer a ligação com o tecido ósseo. São materiais diferentes do titânio, por exemplo, muito usado para fixar implantes, mas que não possui uma ligação química efetiva com o osso.


O material compósito à base de celulose bacteriana desenvolvido na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara, no interior paulista, pode ser usado em implantes dentários em casos em que não há osso suficiente para colocação do pino de suporte ou em processos de extração de dente que resulta em encolhimento do osso. Os testes já feitos dão indicações de possíveis aplicações para reparação de pequenas fraturas ósseas em locais sem grande carga mecânica, como ossos da face. A celulose já é utilizada na área médica, a exemplo dos curativos antibacterianos indicados para queimaduras vendidos comercialmente, mas não havia sido usada até agora para regeneração de tecidos ósseos. 
Outro biomaterial, desenvolvido na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é um vidro bioativo composto basicamente por sílica, cálcio e fósforo, indicado inicialmente para recuperação óssea em implantes dentários. Futuramente, o produto poderá ser usado em aplicações ortopédicas como reparo de vértebras e em associação com o colágeno, por exemplo. Suas aplicações se estendem para a substituição de ossos com maior resistência mecânica, como pernas e braços.


Leia mais: Pesquisa Fapesp

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