sábado, 3 de dezembro de 2011

Mutação que induz proliferação de células-tronco é identificada


     A colaboração de pesquisadores de 38 laboratórios de várias partes do mundo, possibilitou a descoberta de uma peça do quebra-cabeça que pode auxiliar no desenvolvimento de terapias mais seguras com o uso de células-tronco embrionárias humanas, que podem dar origem a qualquer tipo de tecido do corpo. Publicada na Nature Biotechnology do domingo (27), foram analisadas 125 linhagens dessas células, cada uma originada de um embrião diferente, e foi mostrado que uma região no cromossomo 20 apresenta a maioria das mutações que afetam a cultura de tais células em laboratório. Os pesquisadores não souberam dizer se essas mutações genéticas estão relacionadas com a natureza das próprias células ou com as técnicas que as mantêm vivas.
     As células tem todo sua história programada, irão nascer, crescer, se reproduzir e morrer. Existe um mecanismo chamado apoptose, ou morte celular programada, que ajuda a preservar o equilíbrio do corpo humano. “Esse é um processo fundamental no controle do nosso organismo”, afirma a geneticista Lygia da Veiga Pereira, coordenadora da equipe brasileira do Laboratório Nacional de Células-tronco Embrionárias (LaNCE) no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), que participou do estudo contribuindo com uma linhagem de células-tronco.
     Este ciclo de vida esperado para todas as células, entre tanto, nem sempre acontece. O grupo internacional verificou que em cerca de 20% das células-tronco estudadas, o cromossomo 20 apresentou uma alta taxa de mutação genética que levava à proliferação das células. Acredita-se que a mutação deve estar relacionada ao processo de morte celular programada, pois ela impediu a morte das células.
     “Nem sempre queremos que uma célula se prolifere sem parar no organismo”, conta a geneticista. Isso porque essa proliferação poderia dar origem a um tumor. Segundo Lygia, o resultado do estudo poderá ser útil para monitorar com mais precisão quais células apresentam a mutação, evitando que elas sejam usadas no tratamento de doenças. A análise foi uma iniciativa do consórcio International Stem Cell Initiative.
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