quinta-feira, 30 de junho de 2011

Este post tem como objetivo esclarecer algumas dúvidas sobre o processo de irradiação de alimentos 

Temido por alguns e pouco conhecido pela maioria da população, o processo de irradiação de alimentos já é uma etapa muito comum na indústria do gênero, e provavelmente já faz parte de sua dieta. 


Mas afinal oque é a irradiação de alimentos?

 O processo de irradiação consiste em submeter os alimentos, já embalados ou a granel, a uma quantidade controlada de radiações ionizantes (alfa, beta, gama, raios X e nêutrons), por um tempo prefixado. “É importante conhecer bem a dose e o tempo de exposição à radiação, os quais variam de acordo com o tipo de alimento”, ressalta a agrônoma Lucimeire Pilon, que faz doutorado no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP) sob orientação de professores do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq/USP). Consegue-se, desta forma, retardar a maturação de frutas e legumes, inibir o brotamento de bulbos e tubérculos, eliminar ou reduzir a presença de parasitas, fungos, bactérias, leveduras e vírus, aumentando a vida útil dos alimentos e auxiliando na sua distribuição e comercialização.



Nas imagens pode-se observar o retardamento da maturação de alimentos ocasionado pelo processo de irradiação em relação ao controle (sem irradiação)


Como nos demais métodos de conservação de alimentos (pasteurização, congelamento, etc), a irradiação ocasiona perdas de macro e micronutrientes, bem como variações na cor, sabor, textura e odor. Mas as alterações químicas provocadas nos alimentos são mínimas e nenhuma delas nociva ou perigosa, segundo o Cena/USP.

Já no contexto popular.... é muito comum encontrar uma certa resistência do consumidor quando se trata de incluir alimentos irradiados na dieta."Se você perguntar ’você comeria alimentos irradiados?’, a resposta invariavelmente será ’não’", diz o físico Alexandre Soares Leal. A não aceitação por parte das pessoas decorre, entre outros fatores, da relação que se faz entre irradiação e radioatividade. Segundo ele, a contaminação radioativa pressupõe o contato físico com uma fonte radioativa, enquanto a irradiação é a energia emitida de uma fonte de radiação. Desta forma, os alimentos irradiados não se tornam radioativos, pois não contêm a fonte de radiação (apenas recebem a energia).

Vários produtos irradiados, sobretudo especiarias, estão presentes no nosso dia-a-dia. Segundo Lucimeire Pilon, um exemplo são as especiarias usadas nos salgadinhos industrializados, tipo fandangos e batatinha frita. Contudo, poucas empresas informam no rótulo o uso desse procedimento, o que contradiz as normas da ANVISA sobre rotulagem. Atualmente no Brasil é muito provável que existam mais ingredientes irradiados do que alimentos irradiados em si. 

Então na próxima vez que for consumir salgadinhos lembre-se que, provavelmente durante alguma etapa do processamento deste produto, ingredientes irradiados foram utilizados, e não se espante, já que agora você sabe que este processo é seguro e só vem trazer benefícios ao consumidor final. 

Fonte: labjor.unicamp.br
          cena.usp.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário